quarta-feira, 7 de outubro de 2009

OAB – Quando as vítimas são também cúmplices

A polarização da disputa na sucessão da OAB/PA, opondo Sérgio Couto a Jarbas Vasconcelos, sugere aquele cenário clássico no qual não existem vítimas que não sejam também cúmplices. Ainda que o episódio envolva personagens reconhecidamente competentes e probos no plano pessoal – como é o caso de Ângela Salles -, na verdade a disputa que hoje se trava na OAB/PA não tem a ver com princípios, mas com a partilha do butim.
Sérgio Couto passou a ser satanizado não por seus supostos deslizes ético, ou pelo temperamento atrabiliário, mas porque decaiu da confiança dos que avalizam a candidatura de Ophir Cavalcante Júnior, o Ophirzinho, a presidente nacional da OAB. A este juntou-se Jarbas Vasconcelos, que tratou de arquivar as severas críticas feitas no passado ao seu aliado da hora, acusado de patrocinar o nepotismo, na época em que esteve à frente da OAB/PA, ocasião na qual sua irmã tornou-se juíza do Trabalho, na vaga destinada à Ordem.
Nem Ophirzinho, nem sua irmã, tiveram o zelo ético evidenciado, por exemplo, por Egydio Salles Filho, o Egydinho, um diminutivo que nele jamais vai soar pejorativo, porque seu currículo foi sedimentado com seus próprios méritos, à margem do tráfico de influência. Ao ter seu nome cogitado para o desembargo, na vaga destinada à OAB, Egydinho tratou de desautorizar logo, logo, as especulações nesse sentido, por conta de ser irmão da atual presidente da OAB/PA, Ângela Salles, ambos também sócios em uma das mais respeitadas bancas de advocacia do Pará.

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