segunda-feira, 1 de junho de 2009

SAÚDE – Uma vítima que foi também cúmplice

A revelação, feita após João de Deus ter sangrado publicamente, sem explicitar claramente as razões do caos no qual submergiu o Ophir Loyola, referência no tratamento de câncer no Pará, faz a denúncia soar fatalmente extemporânea. E reforça a tese de que ele foi vítima de si mesmo e das circunstâncias, ao se manter leal ao ex-governador Jader Barbalho, o amigo de longos anos e seu avalista político no cargo, ao permanecer à frente de uma diretoria de desempenho desastroso, ainda que por circunstâncias externas. Os vínculos que atam João de Deus a Jader Barbalho são tão estreitos, que o médico vem a ser padrinho de um dos filhos do morubixaba peemedebista.
É consensual, no próprio corpo médico do Ophir Loyola, do qual faz parte João de Deus, que o desempenho da diretoria por ele comandada foi desastroso. “Se não foi a pior, foi uma das piores diretorias da história do hospital”, assinala um médico, obviamente abrigado no anonimato. “Agora, se você me perguntar quem é João de Deus, vou dizer que pessoalmente é um homem probo, um médico sério e competente, que aparentemente foi vítima de injunções políticas”, acrescenta. O que reforça a suspeita de que – por ingenuidade política e/ou lealdade pessoal a um amigo – o ex-presidente tenha protagonizado aquela situação clássica na qual ninguém é vítima sem ser também cúmplice.

Um comentário :

Anônimo disse...

Barata, pode um presidente de sindicato , ser diretor do patronato do mesmo segmento do qual tambem é presidente ? É o fiscalizador e fiscalizado em uma única pessoa e ao mesmo tempo.Deve ser um diretor/presidente "onipresente".O Ministério Publico Federal, poderia ajudar a esclarecer essa aberração.Como fica os interesses trabalhistas dos funcionários ? A quem eles vão recorrer ? A quem o diretor/presidente vai defender ? coitados dos funcionários do PARÁ CLUBE.