quarta-feira, 11 de março de 2009

PROJOVEM – O temor de manipulação eleitoral

Diante da experiência acumulada pela Fadesp, soa saudável confiar à fundação a implementação do Projovem Urbano, porque em tese isso blinda o programa do risco de manipulação eleitoral pelos prefeitos ou até da suspeita de desvio de recursos, como ilustra a experiência em Belém. Ano passado, em Belém, sucederam-se denúncias sobre pagamentos de professores do Projovem abaixo do estipulado e sobre a baixa qualidade da merenda servida aos alunos do programa, reduzida a um copo de suco artificial, tipo Q-Suco, e a um irrisório quinhão de bolachas Maria, em geral envelhecidas. A situação, dizem, só melhorou às vésperas das eleições municipais de outubro, após as quais voltou a decair a qualidade da merenda.
Pelo mesmo motivo – a suspeita de manipulação eleitoral – é vista com reservas a iniciativa da governadora Ana Júlia Carepa de confiar à Casa Civil o comando do Projovem Trabalhador no Pará. Em 2010 teremos eleições gerais, nas quais presumivelmente Ana Júlia Carepa deverá disputar a reeleição, com o agravante de que Cláudio Alberto Castelo Branco Puty vem a ser uma das cabeças coroadas da DS, a Democracia Socialista, a tendência interna do PT na qual milita a governadora do Pará e que, por isso, detém o controle da máquina administrativa estadual. Isso fatalmente suscita o temor de que possa equivaler a colocar a raposa para tomar conta do galinheiro confiar o Projovem Trabalhador a Puty, o chefe da Casa Civil e articulador político do governo Ana Júlia Carepa.

Um comentário:

  1. Seria muito bom se a FADESP ou a própria mídia divulgassem mais o processo seletivo para o quadro do Projovem nos municípios, considerando que a seleção do mesmo esta seno manipulada pelas prefeituras....Onde esta a Democracia??

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