segunda-feira, 9 de março de 2009

PEDOFILIA – A questão do advogado

Diante do escândalo que tem como suspeito João Carlos Vasconcelos Carepa, o Caíca, ao ser conhecido o advogado do irmão da governadora, surgiu a inevitável pergunta que não quer calar – como um simples motorista pode bancar os honorários de Américo Leal, um dos mais competentes, experientes e respeitados (além de caros) advogados criminalistas do Pará?
Primeiramente, sob esse aspecto, cabe fazer justiça a Américo Leal, por quem eu mesmo já fui defendido gratuitamente, por conta de amizades familiares, ao ser processado em 1996, com base na famigerada Lei de Imprensa da ditadura militar, pelo dublê de advogado e jornalista Hamilton Ribamar Gualberto, um notório assassino impune. Mas, mesmo que Américo Leal esteja sendo pago, a família Carepa há de ter, em seu conjunto, condições de bancar os honorários, sem nem por isso merecer qualquer opróbrio, ainda que Caíca possa ser culpado, como aparentemente sugerem as evidências. Pelos próprios laços de amor que vinculam pais a filhos e filhos a pais, e que habitualmente se fazem presentes também entre irmãos, não há como reprovar os Carepa, como pessoas físicas, por contribuir financeiramente para a defesa de um dos seus, por mais execrável que este possa vir a ser. Até por tolerância não soa razoável cobrar coerência de pais, filhos e irmãos quando estes se movem a partir dos laços de amor. Imperdoável seria Ana Júlia Carepa utilizar as colossais prerrogativas do cargo de governadora para imunizar seu irmão, o que não parece ser o caso.

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