ALEPA – O naufrágio das esperanças

Mesmo entre os mais céticos, que não apostam na possibilidade da Alepa autorizar a abertura de processo contra o deputado do DEM Luiz Afonso Sefer, se assim ocorrer, havia a expectativa de que a CPI da Pedofilia viesse a oferecer um relatório consistente, sereno, mas ao mesmo tempo livre das amarras do corporativismo. Essa esperança começou a ruir com a eleição de Adamor Aires (PR), um deputado notoriamente opaco, como presidente da CPI. A esperança aparentemente se esfarinhou de vez com a escolha do deputado Bosco Gabriel (PSDB), de claras limitações intelectuais, para presidir a CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça, em lugar da parlamentar petista Regina Barata.
Havia um acordo prévio entre o PMDB e o PT com o objetivo de reconduzir Regina Barata para a presidência da CCJ, em troca do apoio dos petistas para eleger a deputada peemedebista Simone Morgado presidente da Comissão de Finanças. Os petistas cumpriram o acordado e Simone Morgado foi eleita por aclamação. Mas no caso da CCJ o PMDB traiu o PT e se aliou ao PSDB para alijar Regina Barata e substituí-la pelo tucano Bosco Gabriel. Regina Barata, diga-se, é advogada e defensora pública de carreira; Bosco Gabriel é madeireiro e sua escolaridade não chega sequer ao ensino médio, segundo fontes do PT.