Tourinho: "Represento o projeto de uma universidade suprapartidária". |
“Minha campanha e
do meu parceiro, candidato a vice-reitor, professor Gilmar Pereira da Silva, é
integralmente financiada com recursos próprios e doações voluntárias de
professores e técnicos da UFPA. Não há uso da máquina administrativa da
universidade em favor de nenhum candidato, como atesta o vazio das insinuações,
que nunca passam disso. A participação de membros da comunidade na nossa
campanha só é mais volumosa do que nas dos outros candidatos porque temos maior
adesão. Temos apoio indiscutível da maioria das lideranças políticas,
acadêmicas, científicas, estudantis e intelectuais da UFPA e isso decorre
simplesmente do reconhecimento do trabalho que realizamos e da confiança de que
continuaremos a trabalhar com o melhor espírito público, interessados no
fortalecimento da UFPA como instituição acadêmica e científica e comprometidos
com a sua integração ao processo de desenvolvimento econômico e social do Pará.”
A declaração, que
traduz uma confiança situada na tênue fronteira que separa a convicção da
soberba, é do professor Emmanuel Zagury Tourinho, 53, ex-pró-reitor de Pesquisa
e Pós-Graduação e candidato a reitor da UFPA, com o ostensivo apoio do ex-reitor
Carlos Maneschy, de passado turbulento
e que renunciou ao cargo, para sair candidato a prefeito de Belém pelo PMDB,
sob o patrocínio do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará, cujo nome é associado a recorrentes denúncias de corrupção, com ênfase para os escândalos do Banpará e Sudam, além da súbita evolução patrimonial.
Ostentando os títulos de mestre em psicologia social pela PUC de São Paulo e
doutor em psicologia experimental pela USP, obtidos em 1988 e 1994, respectivamente,
ele é professor titular da UFPA, onde atua no curso de pós-graduação em teoria
e pesquisa do comportamento, coordenando ainda o grupo de pesquisa em análise do comportamento: pesquisa
conceitual, básica e aplicada. A despeito dos seus títulos e méritos
acadêmicos, o escancarado apoio de Maneschy à sua candidatura rendeu a Tourinho
não apenas a condição de favorito na sucessão da UFPA, mas também a acusação
recorrente, disseminada intramuros, de ser beneficiado pela máquina
administrativa, que permaneceria sob o controle do ex-reitor, via Horácio Schneider, o
vice que tornou-se reitor. Trata-se de uma denúncia que o candidato rebate com
veemência, em tom de indignação, no que seus adversários interpretam como
mise-en-scène no limite da desfaçatez. Ele reage com a mesma indignação diante das
suspeitas de que possa favorecer o atrelamento da UFPA ao projeto
político-partidário do ex-reitor Carlos Maneschy. “Quanto aos
compromissos políticos, represento o projeto de uma universidade
suprapartidária, como tem sido a UFPA até hoje. Pretendo dialogar com todos os
que se dispuserem a ser parceiros da instituição, contribuindo para a
realização de sua função social. Dialogarei, portanto, com os senadores Jáder
Barbalho (a quem, a propósito, ainda não tive a oportunidade de ser
apresentado), Paulo Rocha e Flexa Ribeiro. Dialogarei com todos os deputados
estaduais e federais, com o governador do Estado, com prefeitos de todos os
municípios onde a UFPA mantém atividades ou poderá vir a atuar. Colocarei
sempre o interesse institucional em primeiro lugar, como compete a um reitor
que esteja no cargo pelo compromisso com a universidade”, assinala, na
entrevista concedida ao Blog do Barata, na qual elenca suas prioridades em
termos de compromissos de gestão. “Em primeiro lugar, qualificar o ensino de
graduação, promover na graduação o mesmo salto de qualidade que conseguimos
realizar na pós-graduação ao longo dos últimos sete anos. Em segundo lugar,
modernizar o sistema de gestão, descentralizando processos, otimizando o uso
dos recursos disponíveis e investindo fortemente na qualificação de pessoal. Em
terceiro lugar, promover maior interação da universidade com os governos,
movimentos sociais e organizações não governamentais, visando colocar a
competência acadêmica, científica e tecnológica da UFPA à serviço da resolução
dos grandes problemas da nossa sociedade”, antecipa, ao elencar suas
prioridades mais imediatas, se eleito reitor.
De resto, Tourinho reitera sua fidelidade ao seu patrono político, o ex-reitor Carlos Maneschy,
avalista de sua candidatura. “Tenho orgulho de ter integrado a equipe de
trabalho do professor Carlos Maneschy, que inegavelmente fez uma excelente
gestão. Gozo também da sua amizade e de sua confiança para sucedê-lo na função
de reitor da UFPA, o que muito me honra”, proclama, na entrevista ao Blog do Barata.
Como o senhor avalia qualitativamente a UFPA, hoje, e
quais suas propostas para dinamizar a instituição e melhorar a qualidade do
ensino, em um cenário de grave crise econômica, com seus naturais reflexos nos
orçamentos das instituições de ensino superior públicas?
Somos uma
universidade bem estruturada, com excelentes indicadores acadêmicos e
científicos. Entretanto, como todas as universidades brasileiras, em contraste
com as universidades centenárias dos países desenvolvidos, somos uma universidade
jovem, ainda em construção. Temos uma pós-graduação que já se destaca como uma
das melhores e mais abrangentes do país, fruto de um trabalho continuado de
investimento em sua qualificação. Na graduação, avançamos muito, mas temos os
mesmos problemas de outras universidades brasileiras, que vêm de um modelo de
formação muito centrado no ensino tradicional de sala de aula. Pretendemos
estimular e apoiar uma mudança pedagógica, acompanhando iniciativas que começam
a ser adotadas por outras boas universidades brasileiras. Pretendemos investir em
metodologias de ensino ativas, acompanhadas da construção, atualização e
modernização de laboratórios de ensino, laboratórios de atividades práticas e
bibliotecas. Vamos estimular a adoção de percursos curriculares que, além de
uma sólida formação teórica, atribuam maior espaço e valor ao envolvimento dos
discentes com projetos de pesquisa e de extensão, atividades de laboratório,
atividades práticas e treinamento em espaços de atuação profissional. Os
currículos também precisam estimular a interdisciplinaridade e devem ser mais
flexíveis, permitindo que os discentes elejam o percurso acadêmico e as
interlocuções que mais se aproximam de seus interesses intelectuais e de sua
vocação profissional. Mudanças desse tipo requerem, mais do que recursos, uma
visão avançada do papel da universidade na sociedade contemporânea. Precisamos
oferecer um ambiente de formação estimulante e desafiador, que coloque o aluno
em contato com os grandes problemas da sociedade e que o ensine a pensar com as
ferramentas intelectuais mais avançadas e a formular soluções criativas.
Como qualquer universidade federal, obviamente a UFPA
tem suas mazelas, que contra ela conspiram. Quais as principais dessas mazelas
e como, a curto ou médio prazo, aplacá-las, de modo a garantir aquele mínimo de
excelência que se espera de uma academia?
A UFPA não tem
mazelas, tem dificuldades e limitações de uma instituição jovem, ainda em
construção, que se desenvolve em um ambiente social extremamente desafiador,
com acentuada pobreza e a desigualdade. Realizamos um trabalho de dimensões
extraordinárias, com recursos que são limitados, consideradas todas as nossas
ações. Temos doze campi espalhados por um território continental. Esses campi
são responsáveis pela oferta de cursos de graduação e pós-graduação em outras
dezenas de municípios. Apenas com o nosso programa de formação de professores
da educação básica (Parfor), oferecemos graduação em sessenta municípios do
Pará. Já formamos três mil e quinhentos professores municipais e estaduais e
temos, hoje, outros dez mil alunos nesses cursos. Levamos a pós-graduação a
Bragança, Castanhal, Altamira, Ananindeua, Cametá e Tucuruí. Em cada município,
a pesquisa desenvolvida focaliza problemas fundamentais relacionados ao
desenvolvimento local, subsidiando a construção de soluções para a geração de
riqueza e renda. Mantemos dois hospitais universitários que oferecem serviços
de alta complexidade, alguns deles em áreas não atendidas por nenhum outro
hospital no estado. Atendemos (além do Parfor) cerca de quarenta mil alunos em
graduações que abrangem todas as grandes áreas de conhecimento, além de outros
seis mil alunos em cento e dez cursos de mestrado e doutorado. Formamos
pesquisadores e docentes para todas as instituições da Amazônia, desenvolvendo
pesquisa científica e tecnológica de ponta e voltada para a realidade regional.
Nesse cenário, o que mais se destaca não são as nossas limitações, mas tudo o
que conseguimos oferecer à sociedade, mesmo não contando com as condições
ideais. Nossas principais limitações ainda são o número insuficiente de
técnicos e docentes (comparativamente menor, inclusive, do que algumas das
outras universidades federais), a infraestrutura física e de serviços dos campi
(em alguns, sequer temos internet estável e de qualidade, a despeito do esforço
institucional para oferecê-la) e a falta de autonomia para a execução financeira
dos recursos recebidos. Também precisamos modernizar a gestão para
descentralizar processos hoje acumulados na administração superior e investir
continuadamente na qualificação dos nossos servidores, preparando-os para uma
dinâmica mais eficiente de atendimento à comunidade interna e externa.
“Somos uma universidade bem estruturada,
com excelentes indicadores acadêmicos e
científicos. Entretanto, em contraste com as
universidades centenárias, somos uma
universidade jovem, ainda em construção.”
Na esteira do Reuni, os campus da UFPA transformaram-se
em canteiros de obras, multiplicando suas unidades físicas, mas sem a
contrapartida de concursos públicos capazes de atender a previsível demanda por
mais pessoal de apoio técnico e professores. Se eleito reitor, como o senhor
pretende administrar esse descompasso?
O Reuni foi um
programa fundamental para a expansão da educação superior pública no país. Com
ele, a oferta de vagas nas universidades federais quase dobrou, gerando
oportunidades novas para meio milhão de jovens que, de outro modo, estariam
excluídos da educação superior. As políticas de inclusão adotadas ao longo de
sua implantação representaram uma contribuição fundamental para o combate à
exclusão e à desigualdade. Na UFPA, o Reuni possibilitou principalmente a
expansão da oferta de vagas nos campi do interior, exatamente em regiões onde
há menor número de oportunidades para os jovens. Ou seja, os ganhos com o Reuni
não foram triviais e merecem o reconhecimento de todos. Por outro lado, é
verdade que há problemas a serem resolvidos e esses não se limitam à questão de
pessoal. Além das obras, a UFPA recebeu, com o Reuni, mais quinhentos e treze docentes
e mais cento e dezesseis técnicos. Essas vagas, porém, são insuficientes,
considerando as atribuições docentes com ensino, pesquisa e extensão, com a
criação de cursos de pós-graduação e com atividades de gestão acadêmica. O
número de vagas para técnicos, por seu turno, está em descompasso com a
expansão do corpo docente e das atividades acadêmicas. Além de mais vagas para
docentes e técnicos, precisamos de mais recursos para investimento. Pretendemos
lutar por isso em várias frentes. Na negociação direta com o MEC, procuraremos
demonstrar os resultados alcançados pela UFPA, que justificam o novo apoio. Na
Andifes, trabalharemos por uma atuação conjunta dos reitores das universidades
federais, em favor de um programa de atualização do Reuni, voltado à
consolidação dos resultados iniciais do programa. Em outra frente, pretendemos
dialogar com os demais reitores das universidades federais da Amazônia, com
vistas à construção de uma agenda específica para a região, para a qual pode-se
obter a adesão de lideranças acadêmicas e políticas importantes nos cenários
regional e nacional.
Se eleito, quais as medidas que o senhor contempla para
contornar o descompasso hoje existente, em matéria de nível, entre a graduação,
que pela avaliação do ENAD está abaixo da média nacional, e a pós-graduação,
que pela avaliação da Capes atinge níveis de excelência? O porquê disso, na sua
opinião, é o que fazer, de imediato, para superar essa discrepância?
O primeiro aspecto
a notar é o reconhecimento do extraordinário sucesso da pós-graduação da UFPA,
conseguido com políticas consistentes e com a dedicação de todos os gestores,
técnicos e docentes envolvidos. Esse resultado é ainda mais expressivo
considerando-se a condição de assimetria nos investimentos públicos em pesquisa
e pós-graduação, que têm continuadamente penalizado a Amazônia. É preciso ficar
claro que esse sucesso da pós-graduação da UFPA não é um problema, como sugerem
alguns críticos, mas, ao contrário, constitui uma grande realização da
instituição. Secundarizar esse avanço com o argumento de que há uma preocupação
com a graduação contraria qualquer noção moderna do que é uma universidade. Quanto
à graduação da UFPA, inicialmente, é importante dizer que não está abaixo da
média nacional. Ao contrário, por todos os indicadores, estamos muito acima da
média e tivemos progressos nos últimos anos, a exemplo do avanço do nosso Índice
Geral de Cursos (IGC) para a nota 4. Como apontado acima, porém, há problemas a
serem solucionados na graduação, em grande parte relacionados ao nosso modelo
de formação. Entre outras dificuldades, temos tratado a extensão e a pesquisa
como algo diferente do ensino, quando, em uma universidade, são
prioritariamente atividades de formação dos discentes. Em alguns cursos, ainda
persiste a ideia de que a formação se dá principalmente em salas de aula, com
atividades tradicionais em que o aluno é pouco ativo. Por outro lado, os cursos
que inovam não têm contado com políticas institucionais que dêem o suporte para
novas práticas pedagógicas. Nossos alunos que participaram do programa Ciências
sem Fronteiras relatam que a principal diferença que encontraram nas
universidades frequentadas (algumas das melhores do mundo) é que lá há pouca
aula tradicional e os alunos passam a maior parte do tempo em laboratórios e/ou
atuando em projetos. Isso pode ser feito aqui, com as devidas adaptações à
nossa realidade. Entre outras coisas, precisamos incorporar a extensão e a
pesquisa à rotina da formação na graduação. Não há universidades com excelente
ensino de graduação sem uma pós-graduação forte, mas sempre que a pesquisa é
negligenciada tem-se esse afastamento entre graduação e pós-graduação. As
mudanças necessárias incluem, ainda, o investimento no sistema de bibliotecas, o
ensino de línguas estrangeiras e o incremento dos programas de mobilidade.
Qual a sua postura em relação ao Prouni, diante das
críticas, de vastos setores acadêmicos, de que o programa acaba por privar a
universidade pública de maiores recursos, para beneficiar, com isenções
fiscais, os barões da educação?
Como todos, eu entendo
que os recursos envolvidos no Prouni, decorrentes da renúncia fiscal do Estado
em relação a alguns tributos, deveriam ser arrecadados e direcionados para o
sistema público de educação superior. Mas acabar com o Prouni, que tem
possibilitado o acesso à graduação para milhares de alunos carentes, por si só,
não garante nem o recolhimento dos tributos, nem a sua aplicação na educação
pública. Do mesmo modo que o governo anistiou dívidas em troca de bolsas de
estudo para alunos carentes, outras medidas legais poderiam levar a uma anistia
fiscal sem igual contrapartida. Ou seja, o problema pode ser mais complexo do
que parece à primeira vista. Defendemos recursos públicos para a educação
pública, mas não somos ingênuos a ponto de achar que acabar com o Reuni vai
garantir o que defendemos, ao passo que é certo o prejuízo para os jovens hoje
atendidos pelo programa.
“[Pretendo] promover na graduação o
mesmo salto de qualidade que conseguimos
na pós-graduação. Modernizar o sistema de
gestão. Promover interação com
governos, movimentos sociais e ONGs.”
Elencando em ordem decrescente, quais serão as
prioridades mais imediatas de sua administração, se eleito reitor da UFPA?
Em primeiro lugar,
qualificar o ensino de graduação, promover na graduação o mesmo salto de
qualidade que conseguimos realizar na pós-graduação ao longo dos últimos sete
anos. Em segundo lugar, modernizar o sistema de gestão, descentralizando
processos, otimizando o uso dos recursos disponíveis e investindo fortemente na
qualificação de pessoal. Em terceiro lugar, promover maior interação da
universidade com os governos, movimentos sociais e organizações não
governamentais, visando colocar a competência acadêmica, científica e tecnológica
da UFPA à serviço da resolução dos grandes problemas da nossa sociedade.
Como o senhor se posiciona diante do governo Michel
Temer, e mais particularmente sobre os limites de gastos proposto pelo novo
presidente, com óbvios reflexos na educação?
Penso que a
sociedade brasileira encontra-se, hoje, bastante consciente da importância do
investimento público em educação para a construção de um futuro digno para o
país. Não creio que qualquer governo tenha força para mudar isso e impor
restrições consideráveis. Se você observar bem, toda vez que são anunciados
cortes no orçamento, lideranças de todas as áreas reagem defendendo recursos
para a área de educação (o mesmo não acontece, por exemplo, com a área de
ciência e tecnologia, infelizmente). Isso não quer dizer que não teremos
dificuldades, mas estou confiante na capacidade de mobilização dos atores
sociais comprometidos com a construção de uma nação de cidadãos. A metas do
Plano Nacional de Educação são muito explícitas em relação aos obstáculos que
precisamos vencer, se quisermos, em um prazo de dez anos, aproximar o Brasil
das nações desenvolvidas. E apenas com forte investimento público isso será possível.
Tenho também a expectativa de que, ao longo desse processo, se venha a entender
que não há educação de qualidade, em nenhum país do mundo, sem trabalhadores da
educação bem remunerados.
A sua candidatura emerge com o apoio explicito do atual
reitor, acusado de promover um golpe, com a antecipação da sua sucessão, com o
agravante das recorrentes denúncias de utilização da máquina administrativa
para fazê-lo seu sucessor. O quer o senhor tem a dizer a respeito?
Tenho orgulho de
ter integrado a equipe de trabalho do professor Carlos Maneschy, que
inegavelmente fez uma excelente gestão. Gozo também da sua amizade e de sua
confiança para sucedê-lo na função de reitor da UFPA, o que muito me honra. Os
que dizem que sua renúncia representa um golpe são os mesmos que há quatro
meses vêm fazendo campanha para sucedê-lo. Isto é, a acusação é apenas discurso
de campanha. Tem formalmente a aparência de uma defesa nobre da democracia na
UFPA, mas cumpre apenas a função de chamar a atenção para outros atores que
desejam ocupar o lugar do reitor. A renúncia é um direito pessoal, prevista em
lei, que ocorre com frequência nas universidades federais (em parte, porque
muitos reitores são convidados para ocupar outras funções públicas) e que pode
ser tratada com o melhor instrumento da democracia: a escolha do sucessor pelo
voto. Ninguém, com suficiente honestidade intelectual, pode dizer que há um
golpe quando a saída de quem está no cargo é voluntária e a escolha do seu
sucessor se dá pelo voto. Logo após a decisão de concorrer ao cargo de reitor,
solicitei exoneração do cargo de pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e
passei a me dedicar à campanha nas mesmas condições que os concorrentes. Minha
campanha e do meu parceiro, candidato a vice-reitor, professor Gilmar Pereira
da Silva, é integralmente financiada com recursos próprios e doações
voluntárias de professores e técnicos da UFPA. Não há uso da máquina
administrativa da universidade em favor de nenhum candidato, como atesta o
vazio das insinuações, que nunca passam disso. A participação de membros da
comunidade na nossa campanha só é mais volumosa do que nas dos outros candidatos
porque temos maior adesão. Temos apoio indiscutível da maioria das lideranças
políticas, acadêmicas, científicas, estudantis e intelectuais da UFPA e isso
decorre simplesmente do reconhecimento do trabalho que realizamos e da
confiança de que continuaremos a trabalhar com o melhor espírito público,
interessados no fortalecimento da UFPA como instituição acadêmica e científica
e comprometidos com a sua integração ao processo de desenvolvimento econômico e
social do Pará.
“Quanto aos compromissos políticos,
represento o projeto de uma universidade
suprapartidária. Pretendo dialogar com
todos
os que se dispuserem a ser parceiros
da UFPA, contribuindo para sua função social.”
Sem embargo dos seus méritos pessoais e acadêmicos, há
um temor generalizado, entre seus adversários, de que o senhor, se eleito,
possa ser um títere do ex-reitor Carlos Maneschy, hoje politicamente a reboque
do PMDB, sob o aval do senador Jader Barbalho e com claras pretensões
políticas, que certamente extrapolam a candidatura a prefeito de Belém. O
senhor é, como acusam alguns dos seus críticos, um pau-mandado do ex-reitor? O
que o distingue do seu patrono político?
Em primeiro lugar,
é honroso saber que a comunidade da UFPA reconhece os meus méritos acadêmicos e
pessoais. As universidades brasileiras necessitam, para o seu desenvolvimento,
de gestores que tenham o reconhecimento acadêmico e o respeito ético de seus
pares. A propósito da minha qualificação acadêmica, aproveito para esclarecer
que a bolsa de produtividade em pesquisa, que recebo do CNPq, é um benefício
destinado aos pesquisadores com produção científica regular e de qualidade.
Trata-se de uma distinção alcançada pelos melhores pesquisadores brasileiros,
legalmente acumulável com o salário de professor e que pode ser mantida durante
o exercício da função de pró-reitor (o que aliás, ocorreu com os pró-reitores
de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA que me antecederam e com a pró-reitora que
me sucedeu). Quanto aos compromissos políticos, represento o projeto de uma universidade
suprapartidária, como tem sido a UFPA até hoje. Pretendo dialogar com todos os
que se dispuserem a ser parceiros da instituição, contribuindo para a
realização de sua função social. Dialogarei, portanto, com os senadores Jáder
Barbalho (a quem, a propósito, ainda não tive a oportunidade de ser
apresentado), Paulo Rocha e Flexa Ribeiro. Dialogarei com todos os deputados estaduais
e federais, com o governador do Estado, com prefeitos de todos os municípios
onde a UFPA mantém atividades ou poderá vir a atuar. Colocarei sempre o
interesse institucional em primeiro lugar, como compete a um reitor que esteja
no cargo pelo compromisso com a universidade. Isso não surpreenderá ninguém na
UFPA, pois todos conhecem tanto a minha índole como a do professor Maneschy,
assim como o respeito com que tratamos um ao outro. Como você mesmo afirma,
tenho recebido a confiança da comunidade da UFPA pelos meus méritos, não por
desqualificar qualquer outro candidato. Penso que todos deveriam agir do mesmo
modo.
A UFPA acaba por refletir a sociedade na qual está
inserida, o que talvez explique ter sido contaminada pelos vícios da política
partidária, nela presentes no rastro da redemocratização do país e visíveis nas
disputas registradas a cada troca de guarda. O quer pode ser capaz de promover,
no âmbito da universidade, uma faxina ética capaz de sobrepor a excelência a
conveniências eleitoreiras, varrer a impunidade determinada pelo corporativismo
e privilegiar o contraditório?
A UFPA tem
conseguido manter-se uma instituição suprapartidária, com uma agenda pautada
por sua missão na sociedade, o que tem possibilitado dar uma contribuição
inigualável, seja pelo número de profissionais formados, pela ciência nela
produzida, pelos incontáveis serviços prestados, ou pela interação cotidiana
com as mais variadas organizações. Nela, buscamos formar não apenas
profissionais, mas cidadãos e novas lideranças para a sociedade. A participação
política é inerente à vida na universidade (aqui e no mundo todo). A militância
partidária também está presente na UFPA porque a UFPA é parte da sociedade. Não
há nada de errado nisso, desde que sejamos capazes de discernir as fronteiras
entre o interesse institucional e os interesses partidários. A excelência
acadêmica tem prevalecido nos processos institucionais, como demonstram os
vários resultados positivos alcançados pela instituição nos últimos anos. O que
precisamos ficar atentos é para o papel a ser desempenhado pela UFPA no campo
do pensamento e das ideias: a universidade é local onde todos os sistemas de
crença, todas as ideologias, todas as reivindicações a conhecimento são
bem-vindas; é, ao mesmo tempo, o espaço onde todos esses discursos devem ser
cotidianamente submetidos ao inquérito crítico, com as mais refinadas
ferramentas intelectuais do pensamento contemporâneo.
O Prof Tourinho é um candidato de conciliação. Ele permite o diálogo franco e abre a mesa de negociação para todas as tendências e correntes da vida política da UFPA. Conseguiu a mágica de fazer o PT apoiar o reitor Maneschy e, portanto, o PMDB, à prefeitura de Belém. E isso em pleno "golpe". É o candidato da conciliação, porque aproxima esses irmãos estremecidos que são o PT e o PMDB. E é o candidato da negociação: porque permite, com o pretexto da imparcialidade acadêmica, que petistas e peemedebistas voltem a sentar na mesma mesa para negociarem seus interesses comuns.
ResponderExcluirMentira deslavada do anônimo das 14:09,Tourinho é da ala PTista caviar e logo um tarefeiro de maneschy,basta olhar as fotos de seus apoiadores que estão no face,são sempre os mesmos de sempre,o velho edir,apolinario enrolão,jeferson galvão o oportunista e agora o tal de rubens camelô menino criado nas asas desse bando já bastante conhecido de todos nós.
ResponderExcluirPortanto emanuel tourinho não passa de um ungido mal parido fabricado nos gabinetes do terceiro andar da reitoria e que a academia já conhece muito bem essa historia,é só lembrar de Fiúza o imbatível quando lançou a sua sucessão um verdadeiro posto e que tinha o apoio de todos e não conseguiu dar luz
O Candidato Tourinho não deveria se gavar em ser candidato da conciliação política entre PT e PMDB, ele não é candidato para a Assembleia Legislativa. Está errado! é candidato a reitor da UFPA. Para ser reitor deve ter uma grande capacidade de gestão. Administrar recursos escassos e saber priorizar. Isso foi o que faltou na gestão do Tourinho. Ele é ruim de gestão, pode ser bom Psicólogo, isso não é suficiente.
ResponderExcluirO Ruim da Chapa Tourinho é que se repetem os mesmos assessores do Maneschy. Mais 8 anos com esses servidores de eles mesmos?
Os professores tem falado que querem caras novas, jovens, com visões novas de como administrar uma universidade. Esses funcionários estão viciados.
Vamos mudar!!
Ortiz é a melhor opção, foi o braço direito do Maneschy!
Prof. Emmanuel candidato da conciliação?? Ah, faça-me o favor, só se for da conciliação de deixar tudo como está. Dizer que tem o apoio indiscutível das lideranças da Ufpa. No caso dos técnicos, que liderança tem servidores como Apolinário, Edir, Jefferson e tantos outros velhos conhecidos na Ufpa, pois sempre querem se dar bem, agora manda mostrar trabalho. Só se foi essa conciliação que estão falando, a de não mexer com esses ptistas inutéis, em troca do apoio a sua candidatura.
ResponderExcluirComo disse o anônimo das 21:23, ele até pode ser um bom psicólogo, mas como administrador tem muito que aprender, inclusive tem que aprender a gerir bem os recursos e administrar para todos, não apenas para os da "panelinha"
Hei Barata, dizem que o prof. Maneschy deixou a reitoria, mas mantêm uma sala no prédio da reitoria, usando a estrutura da ufpa em favor da sua candidatura. Pode isso sr juiz???
O idolo de barro de maneschy começa a cair diante de si mesmo e de seus
ResponderExcluiradoradores da ponta,a ratualha deixado pelo ex reitor,começa a entrar
em panico diante do avanço de edson ortiz.
Tourinho reitor significa a partidarização da UFPA. Pior: a transformação da UFPA em máquina eleitoral para a carreira política de Manesqcy. E a coisa não acaba nas eleições para a prefeitura de Belém (nas quais Maneschy dificilmente será eleito). Ela continua nas eleições seguintes, quando ele virá para deputado federal, sempre contando com seucabo eleitoral maior, que é o Tourinho. É triste ver a universidade pública fazendo esse papel, servindo de escada eleitoral para o senhor Jader Barbalho e sua familia. E verdade seja dita: Maneschy articulou direitinho, porque neutralizou o PT na UFPA e, dizem, também o Psol, porque a Vera Jacob acaba sendo oposição só da boca dela pra fora. Pra dentro, ela defende os interesses de Maneschy. Quanto ao PT é até piada., Depois de apoiar Tourinho o partido acaba na UFPA, porque fica totalmente sem credibilidade.
ResponderExcluirNão cola essa papo de que a UFPA é uma instituição suprapartidária. A candidatura do Tourinho aparelha o PMDB. Ela é um instrumento do projeto Maneschy: eleição para a prefeitura em 2016, eleição para deputado federal em 2018. A jogada do Maneschy foi um golpe de mestre, à la Barbalho: encontrou um nome que pode enganar os trouxas com sua aparente "neutralidade" e enrolou o pessoal do PT que está apoiando do Tourinho. Esses daí até já devem ter percebido onde se meteram, mas agora já ficou tarde para abandonarem o barco.
ResponderExcluirO apoio do PT ao Tourinho e ao PMDB é escandaloso. Sentimos vergonha sim e não esqueceremos!
ResponderExcluirO PT está sentindo vergonha de ver filiados seus apoiarem o Tourinho. Apoiar o Tourinho é apoiar o elitismo, a visão de uma universidade para os ricos e da meritocracia e a subserviência aos interesses partidários do PMDB. Agora estamos vendo quem é PT de verdade!!!!
ResponderExcluirO candidato é sem carisma. Ele atua como uma sombra fria e noturna e está atado à candidatura do do Maneschy a prefeitura de Belém. Junto com ele está o PT oportunista. Ao lado oposto, está a candidatura alegre e festiva do Ortiz, onde abunda o carisma.
ResponderExcluirAo lado de Tourinho e Ortiz ficam o dinheiro de propina das empreiteiras e do PMDB/PT paraense, isso é claro, vejam o material de propaganda derramado com dinheiro público na campanha dos 2 candidatos na UFPA
ResponderExcluirAté a tal Juventude acabou escrachando a si mesma. Ao escolher apoiar o padrasto levou de lambuja o apoio ao PMDB. Vai ficar sem moral para escrachar o golpe!
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