Edson Ortiz: "Quando as regras não são respeitadas, não há acordo". |
A versão segundo a qual o nome do professor
Emmanuel Tourinho foi ungido como candidato a reitor da atual gestão a partir
de um acordo entre os dirigentes da administração superior da UFPA, a
Universidade Federal do Pará, é categoricamente desmentida pelo professor Edson
Ortiz, cuja candidatura à reitoria emerge à revelia do desejo do ex-reitor
Carlos Maneschy. “Quando as regras do jogo não são respeitadas, não há acordo a
ser cumprido”, dispara ácido Ortiz, ex-pró-reitor de Administração, que
polariza a disputa pela reitoria da UFPA com Tourinho, ex-pró-reitor de
Pesquisa e Pós-Graduação. Ele confirma que, por ideia do ex-reitor, a proposta
seria escolher o candidato da atual gestão a partir de discussão entre os
dirigentes da administração superior, o que acabou sendo ignorado por Maneschy,
que optou por “um simulacro de pesquisa, cuja metodologia se desconhece e na
qual não se sabe quem foi consultado”, para impingir seu candidato, sem um
debate prévio. “Como premissa, nada a objetar contra uma discussão prévia. Só
não posso aceitar, como outras pessoas também não aceitam, a imposição de um
nome, feita sem nenhum debate”, sublinha Ortiz, preterido do apoio de Maneschy,
que renunciou ao cargo para sair candidato a prefeito de Belém pelo PMDB, sob o
patrocínio do senador Jader Barbalho, em um projeto político-partidário ao qual
o ex-reitor pretenderia atrelar a UFPA.
Com a credibilidade que seu currículo e seu
passado conferem, consultado a respeito pelo Blog do Barata o ex-pró-reitor de
Administração escancara os bastidores das manobras que desembocaram na opção do
ex-reitor por Tourinho, como o candidato chapa-branca a reitor. Ortiz revela
que no pós-Círio de Nossa Senhora de Nazaré de 2015, mais exatamente no dia 15
de outubro do ano passado, Maneschy reuniu-se com os dirigentes da
administração superior da universidade, quando aproveitou para tratar da sua
sucessão, que na ocasião projetava ser deflagrada em março de 2017. O ex-reitor
adiantou, na oportunidade, que a ideia era promover uma ampla discussão com os
dirigentes da administração superior, em um debate prévio, a partir do qual
seria escolhido o candidato a reitor da atual administração, hoje conduzida
pelo vice transmutado em reitor, Horácio Schneider, escalado para cumprir um
mandato-tampão. “Como premissa, naturalmente concordei, mas o acordado, por
proposta do então reitor, não foi por ele próprio respeitado”, observa Ortiz.
De acordo com o esclarecimento oferecido
pelo ex-pró-reitor de Administração, a partir daí Maneschy passou a fazer
consultas individuais, nas quais apresentava ao eventual interlocutor o nome de
Tourinho como o mais qualificado para sucedê-lo. “Ao saber disso, repeli a
imposição”, conta Ortiz, acrescentando que solicitou as férias a que tinha
direito para posteriormente entregar o cargo de pró-reitor de Administração. “Não há o que respeitar, repito, quando as regras do
jogo não são respeitadas”, arremata Ortiz.
7 comentários :
Prezado Barata,
Esse é o grande problema de descumprir os pactos que são feitos entre os homens. E ele, infelizmente, descumpriu e está na situação em que se encontra...Acordos são acordos e
a palavra deve ser mantida, senão cai-se no descrédito.
Barata, digo apenas "Pacta sunt servanda": os pactos devem ser respeitados
Francamente, não consigo acreditar que um professor, um servidor, ou um estudante da UFPA se acovarde diante de ameaças para votar nesta ou naquela chapa nas eleições para reitor dessa Instituição. Dizer que foi ou está sendo obrigado a votar em fulano por conta de cargos me faz refletir sobre a seguinte questão: Se este eleitorado que representa a nata de nossa elite intelectual se submete a essas pressões nós estamos perdidos.
Observador Fala,
Tai jornalista Barata o que já vinha sinalizando em meus comentários
no seu prestigiado Blog.A democracia de maneschy,Tourinho,Horácio e seus
mambembes nada mais é do que a conveniência de se manter no poder.
Vem mais coisa para vir a tona.
Barata,
Como bem sabes, a ingratidão é triste. Muito triste. Esse senhor estava esquecido na departamento dele antes do Reitor chamá-lo para auxiliá-lo. Agora dá uma de brutus.
Que vença o melhor. Não adianta chorar. Esta posto. Analisemos os currículos, os históricos, as gestões.. Temos muita coisa pra analisar.
As urnas dirão quem é o melhor...a comunidade está acompanhando de perto.
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