Jornal do grupo onde comunicação da
família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado, o Diário do Pará traz, em sua edição desta
sexta-feira, 5, um editorial, intitulado “O Pará quer paz!”, que expressa o
clamor da sociedade paraense diante da escalada da violência, da qual resulta o
morticínio cotidiano, que o governador tucano Simão Jatene assiste inerte. “O
governador deveria tomar uma atitude, e rapidamente. O Pará está entregue à
própria sorte. E o governador, definitivamente, não pode culpar a mais ninguém
pela dificuldade em melhorar a vida dos paraenses, a não ser a ele mesmo”,
assinala, com propriedade, o editorial, que traduz o sentimento generalizado,
diante do sucateamento da segurança pública. Mais que isso, o editorial
denuncia a irresponsabilidade de Jatene em pretender partidarizar a discussão
sobre um problema grave, gravíssimo, que não comporta proselitismo, mas
soluções minimamente viáveis.
Não se trata,
diga-se logo, de avalizar Helder Barbalho, filho e pretenso herdeiro político de
Jader Barbalho, como o contraponto daquilo que representa Simão Jatene. O opaco
ministro da Pesca do governo Dilma Rousseff, como evidencia sua passagem pela
prefeitura de Ananindeua, é a outra face da moeda podre na qual se constitui
Jatene. Mas, independentemente de suas motivações, a iniciativa de Helder Barbalho
em buscar o apoio do governo federal para conter a escalada da violência no
Pará foi um gesto pertinente, do qual se lamenta, apenas, que não tenha sido antecipado
pelo próprio governador tucano Simão Jatene. Este, porém, parece mais
preocupado em pavimentar a ascensão da filha, aquinhoada com a Secretaria
Extraordinária de Integração de Políticas Sociais, criada na esteira de
uma reforma cujo suposto fim seria enxugar a máquina administrativa estadual.
De resto, o governador, recentemente reeleito, deveria descer enfim do palanque e
assumir efetivamente suas atribuições, em respeito não só ao povo do Pará, mas
também aos eleitores que lhe confiaram seus votos. Lamentavelmente, porém,
Jatene protagoniza um governo midiático, saqueando o erário para financiar a
propaganda enganosa, que escamoteia a precarização da saúde, o abandono da
educação e o sucateamento da segurança pública, da qual é corolário a assustadora
escalada da criminalidade, com a matança diária que torna cada um de nós,
independentemente de status social, reféns do medo. Um medo tanto maior,
obviamente, por parte da população carente, já penalizada por ficar à mercê de
um governo ausente e desprovido de qualquer noção mínima de decoro, tal qual
quem o comando, em realidade um outonal vagabundo de terno e gravata, que agora
se notabiliza, além da proverbial indolência, como pescador de águas turvas.
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