Segue a transcrição, na íntegra, da matéria
da Folha de S. Paulo sobre a pesquisa
do Datafolha segundo a qual quase dois terços do povo brasileiro apoia o
impeachment da presidente petista Dilma Rousseff:
Maioria apoia abertura de processo de impeachment, mostra Datafolha
RICARDO MENDONÇA
EDITOR-ADJUNTO
DE PODER
11/04/2015 16h05
Quase dois terços dos brasileiros (63%)
afirmam que, considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava
Jato, deveria ser aberto um processo de impeachment contra a presidente
Dilma Rousseff.
O desconhecimento a
respeito do que aconteceria depois disso, porém, é grande.
No grupo dos que
defendem a abertura de um processo que, no fim, poderia resultar na cassação da
petista, só 37% sabem que o cargo de presidente ficaria com o vice. Quando
instados a mencionar o nome do vice, metade desse subgrupo erra.
Conclusão: só 12%
dos eleitores brasileiros são a favor de um processo de impeachment contra
Dilma, estão conscientes de que o vice assumiria o cargo e sabem que o vice é Michel
Temer (PMDB).
As conclusões são
de pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10), dois dias antes das
manifestações programadas contra a presidente para este domingo. O instituto
ouviu 2.834 pessoas. A margem de erro é de dois pontos.
Dilma não é
investigada pela Operação Lava Jato, que descobriu a existência de um vasto
esquema de corrupção na Petrobras, mas o Ministério Público Federal afirma que
parte da propina paga pelas empresas que participaram do esquema foi repassada
na forma de doações ao PT.
Embora o maior
grupo da população apoie a abertura do processo de impeachment –posição que
nenhum partido relevante defende explicitamente até agora–, a maioria (64%) não
acredita no afastamento de Dilma. Menos de um terço (29%) acham que a presidente
seria afastada.
O apoio aos
protestos contra a presidente é alto (75%), assim como a taxa de eleitores que
associam Dilma ao escândalo de corrupção na Petrobras, objeto da investigação
da Operação Lava Jato.
Para 57%, Dilma
sabia da corrupção na estatal e deixou acontecer. Outros 26% opinam que ela
sabia, mas nada poderia fazer para impedir.
A pesquisa mostra
também que a Lava Jato pode estar alterando a percepção dos brasileiros a
respeito dos problemas do país. Pela primeira vez, o tema corrupção aparece
empatado com saúde na liderança do ranking de maiores preocupações. Para 23%, o
maior problema é a saúde. Para 22%, corrupção.
O instituto apurou
um empate também –este no limite da margem de erro– ao simular uma nova eleição
presidencial. Se Dilma fosse cassada e novas eleições fossem convocadas hoje, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) alcançaria 33% das intenções de voto contra 29%
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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