Ivan
Barbosa da Cunha, o conselheiro do TCE que relatou o processo sobre o contrato
travestido de convênio entre a Funtelpa e a TV Liberal, e que é também corregedor
do tribunal, acaba desmoralizado pela fonte do Blog do Barata,
que revela a farsa da citação de suposta decisão do TCU. Ao contrário do que
afirma Cunha, na decisão não se encontra o suposto amparo que embasaria a
justificativa do relator, ao tomar como “mera formalidade” a tipificação como
convênio do que foi em verdade um contrato. “Ao contrário do que afirma o nobre
conselheiro, a decisão do TCU em nada ajuda a sustentar sua tese. Ao contrário,
a decisão do TCU reforça a desconfiança de que, ao utilizar como instrumento
jurídico o convênio e não o contrato, a Funtelpa não o fez por equívoco, como
tenta demonstrar, sem sucesso, o ilustre conselheiro. A opção pelo convênio se
deu porque, para esse instrumento, conforme enfatiza sabiamente o TCU, na
decisão citada pelo conselheiro, ‘não se cogita de licitação, pois não há
viabilidade de competição quando se trata de mútua colaboração’, enquanto que,
conforme também pontuado pela citada decisão do tribunal, ‘os contratos
abrangidos pela lei 8.666 são necessariamente precedidos de licitação’”, assinala
a fonte do blog, para depois disso escancarar a tramóia: “A Funtelpa optou pelo
convênio para burlar a lei de licitações, pois tinha a intenção de contratar a TV
Liberal e, se realizasse processo licitatório, poderia ter sua intenção
frustrada.”
Pusilânime,
postura compartilhada pelos demais conselheiros, que acompanharam seu voto,
Cunha ultrapassa os limites do deboche ao afirmar, sobre os valores pagos a TV
Liberal, que a “cláusula é válida e não gerou prejuízo ao erário”. Essa pérola arremata
a sandice, defendida com desabrido cinismo pelo relator do processo, segundo a
qual a “Funtelpa não tinha por objetivo investir elevado aquisição de
equipamento, mas sim prestar o serviço à população. Os valores pagos neste
período destinaram-se a cobrir despesas necessárias à implantação do serviço
almejado, inclusive realizando a manutenção e adaptação dos equipamentos de
todas as repetidoras da própria Funtelpa”. Com isso, o conselheiro do TCE,
notabilizado como protagonista de recorrentes lambanças, compra a proteção do
grupo de comunicação da família Maiorana, que inclui a TV Liberal, ao legitimar
a pretensão da empresa, que postula na Justiça uma indenização, a pretexto de
supostos gastos com a manutenção das repetidoras da Funtelpa. “O mais grave é
que esse elevado valor, gasto com o convênio, não foi utilizado pela Funtelpa
para adquirir os equipamentos que necessitaria para poder atender aos ditames
constitucionais citados pelo relator, como motivador e justificador da
celebração do ajuste feito com a TV Liberal”, observa a fonte ouvida pelo blog sobre
o imbróglio.
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