TCE – Denúncia envolve Cipriano Sabino

Os eventuais suspeitos certamente merecem ser contemplados com o instituto da inocência presumida, mas pela sua gravidade é impossível esquecer, desconhecer e enterrar como indigente a denúncia sobre uma suposta teia de corrupção que vicejaria no TCE, o Tribunal de Contas do Estado do Pará. A denúncia envolve diretamente o atual presidente do TCE, o ex-deputado Cipriano Sabino de Oliveira Júnior (foto, entre Luis Cunha e Ivan Barbosa Cunha), acusado de não apenas patrocinar o nepotismo, mas deste se valer para mascarar uma suposta teia de corrupção, articulada com o auxílio de um dos seus assessores, Cláudio Pontes. Para tanto, o atual presidente do TCE teria introduzido no tribunal um séquito de servidores fantasmas, muitos parentes de Cláudio Pontes, e que teria pendurado na folha de pagamento da Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, quando deputado. A suspeita, embutida na denúncia, é de que esses servidores fantasmas sirvam como álibi para o desvio de recursos públicos, que alimentariam o caixa de campanha dos Sabino de Oliveira.

O patriarca dos Sabino de Oliveira, Cipriano Sabino de Oliveira, é um próspero armador. A família está hoje representada na Alepa por Celso Sabino de Oliveira, servidor concursado da Sefa, a Secretaria de Estado da Fazenda, da qual é auditor fiscal. Irmão do ex-deputado Cipriano Sabino de Oliveira Júnior, o atual presidente do TCE, Celso Sabino de Oliveira acabou como suplente de deputado nas eleições de 2010, que disputou pelo PR, o Partido da República, uma espécie de genérico do PT. Na esteira de uma composição política, com o aval do próprio governador tucano Simão Jatene, ele assumiu a vaga aberta na Alepa com a nomeação do deputado Júnior Hage, também do PR, como secretário estadual de Trabalho, Emprego e Renda. Nos bastidores a versão corrente é que Celso Sabino de Oliveira teria sido beneficiário, ainda que em menor escala, de uma das fontes de recursos que turbinaram a eleição, para a Câmara Federal, do iracundo Cláudio Puty, do PT, que foi o todo-poderoso e desastrado chefe da Casa Civil do governo da petista Ana Júlia Carepa, para cuja derrota em 2010 muito contribuiu. Um poste eleitoral, desprovido de carisma e pródigo em empáfia, Puty teve sua campanha eleitoral pontuada por recorrentes denúncias de acintosa utilização da máquina administrativa estadual, inclusive em detrimento das chances dos demais candidatos petistas, deixados à míngua pelo Palácio dos Despachos.