CENSURA – O fim da molecagem de Carmona

Coisa de moleque.

Por mais ácida que possa soar, inexiste outra melhor definição para designar a lambança protagonizada pelo deputado Martinho Carmona (foto, à esq., com Josué Bengston, o pastor da máfia dos sanguessugas), ex-PSDB, ex-PDT, hoje PMDB, e que é também, além de empresário, pastor de uma certa Igreja do Evangelho Quadrangular, cuja disseminação no Pará coincide com a evolução patrimonial do parlamentar. A ação judicial que o deputado moveu contra mim, a pretexto de supostos danos morais, valendo-se para tanto do juizado de pequenas causas do Jurunas, foi extinta nesta quarta-feira, 5, depois que ele novamente não compareceu à audiência de instrução. Respondendo a uma ação por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público Estadual, Carmona sequer apresentou, pelo seu advogado, o atestado médico que justificaria o adiamento da audiência de instrução, transferida da data inicialmente prevista para esta quarta-feira. Com isso, cai também a censura prévia judicial, que impedia-me de tratar sobre Martinho Carmona, por conta da tutela antecipada que ele solicitou e foi prontamente acatada pela juíza Danielle de Cássia Silveira Bührnheim, que responde pela 1ª Vara do Juizado Especial Civil, da comarca de Belém.

A molecagem protagonizada por Carmona é reveladora do seu desdém pela Justiça e corrobora as suspeitas de que tenha promovido uma litigância de má-fé, cuja finalidade mais óbvia era calar-me, valendo-se para tanto da repulsiva censura judicial. Não por acaso, o deputado, que também se apresenta como um próspero empresário, valeu-se de um juizado de pequenas causas, originalmente destinado a facilitar à população carente o acesso à Justiça. Sem qualquer vestígio de escrúpulos, ele atravancou a pauta do juizado de pequenas causas, contribuindo para a ação lenta e parcimoniosa que caracteriza o TJ Pará, o Tribunal de Justiça do Estado, para descartar, graciosamente, essa via judicial.