ALEPA – Naná impõe mordaça para colaborar

Envolvida nas fraudes nas concorrências realizadas na Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará, como presidente da Comissão Permanente de Licitações, Maria de Nazaré Rodrigues Nogueira, a Naná (foto, à esq.), está disposta a colaborar com as investigações do Ministério Público Estadual sobre falcatruas ocorridas no Palácio Cabanagem. Isto, pelo menos, é o que garante em off uma fonte da própria Alepa, na qual Naná foi introduzida em meados dos anos 80, no rastro do tráfico de influência, integrando desde então o quadro de procuradores como janelada, a gíria que designa quem torna-se servidor público sem ser submetido a concurso. Mas, ainda segundo a mesma fonte, para Naná colaborar com as investigações a condição sine qua non, por ela imposta, seria uma espécie de lei da mordaça, pela qual os promotores de Justiça, em suas declarações à imprensa, passariam a evitar citar a procuradora e o seu affaire, Jorge Moisés Caddah, este o réu confesso das pilhagens ao erário ocorridas na Alepa.

Confirmada esta versão, estaremos diante de uma situação no mínimo inusitada. Naná, recorde-se, já responde a uma ação judicial, por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público Estadual, por fraudar uma licitação, com preços superfaturados, para beneficiar duas empresas, Ice House e Marco Comercial, de acordo com o promotor de Justiça Marcelo Batista Gonçalves, que postula o ressarcimento do erário pelos envolvidos na falcatrua. Ela também está às vésperas de voltar a ser ré, em ações cível e criminal, também por improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público Estadual, na esteira das investigações, deflagradas a partir das denúncias de fraudes na folha de pagamento da Alepa. Surpreendeu, por isso, que Naná não tenha lançado mão da delação premiada, optando por barganhar não ter seu nome e o do seu affaire, Jorge Moisés Caddah, associados, pela grande imprensa, às tramóias nas quais o casal se locupletou, sem nenhum resquício de pudor.