OPHIR LOYOLA – O duplo drama dos pacientes

Internauta, que em comentário anônimo denunciou maus-tratos aos pacientes que buscam abrigo no Hospital Ophir Loyola, retomou o tema, diante do duplo drama protagonizado pelas vítimas de câncer. Um relato pungente, que merece ser lido, que transcrevo abaixo, na íntegra.

“Gostaria de esclarecer que, quando comentei a indelicadeza das atendentes dos consultórios do HOL com os usuários daquela casa de saúde, não foi minha intenção gerar discussões a respeito dos bons e maus servidores públicos. Em nenhum momento citei outros profissionais, a não ser aquelas que recebem a primeira demanda do hospital - as atendentes”, assinala o autor da grave denúncia. “Quem não conhece, poderia passar no hospital pela manhã, de preferência às 7 horas, que é o horário marcado para a maioria dos pacientes que previamente marcaram consulta. A primeira impressão que se tem é que ali os pacientes estão em busca de um favor, não de um direito constitucionalmente assegurado. A segunda, é a de que as funcionárias que têm o controle das consultas nas mãos e que ficam sentadas à porta dos consultórios, levam para o ambiente de trabalho seus problemas pessoais (ou sua insatisfação profissional), disseminando seu mau humor em um ambiente tão marcado pelo sofrimento!”, acrescenta a fonte.

“Um dia, acompanhando meu irmão à uma consulta (que não aconteceu), ouvi de um senhor idoso, o dramático desabafo: ‘A gente sofre dessa doença e ainda somos tratados desse jeito. Elas (as atendentes) não dão nem um bom dia, nem um sorriso, é só patada. Melhor morrer logo’.

“Tentei dar uma palavra de consolo àquele homem que, em tom de desabafo, acabou demonstrando sua fragilidade diante de uma doença tão cruel como aquela”, relata a mesma fonte.”O comentário, feito em tom depressivo, mexeu com a minha capacidade de ver o outro como um reflexo de minha própria imagem, pois só nos colocando em seu lugar é que podemos ter uma vaga noção do sentimento que o atormenta diante das situações difíceis da vida”, acrescenta. “Quanto ao meu irmão, aquela era a segunda semana consecutiva que ele ia em busca de atendimento médico. Na primeira semana, o ‘doutor’ faltou, ninguém foi informado com antecedência (imagina, é querer muito, não?!). Por causa disso, as consultas foram remarcadas pra semana seguinte, coincidindo, portanto, com as consultas já marcadas. A sobrecarga na agenda médica elevou, naquele dia, o número de consultas pra 26 (imagina a qualidade do atendimento)! E o meu irmão? Bem, esse ficou pra semana seguinte!”