OAB – Escândalo mina credibilidade da Ordem

“Agradeçamos todos aos nobres colegas Ophirzinho, Angela Salles e Evaldo Pinto este ‘circo’ que foi armado pelo Jarbas (Vasconcelos do Carmo) e sua malta...Sim, porque se não fossem eles e sua ambição desmedida, os ratos estariam cada um em seus buracos e não dentro da ‘queijeira’...”

O irônico desabafo, ilustrativo do desgaste que tisna a imagem da entidade, é de outro internauta anônimo, certamente advogado ou pelo menos bacharel em direito, ao expressar sua indignação diante do escândalo que deflagrou a crise de credibilidade na qual submergiu a OAB do Pará, a Ordem dos Advogados do Brasil-Secção Pará. O escândalo teve como estopim a venda de um terreno doado pela Prefeitura de Altamira, originalmente destinado à construção da sede da subsecção da OAB no município. Na condição de presidente da OAB do Pará, Jarbas Vasconcelos do Carmo, o Do Carmo (foto), atropelou o rito formal, na pretensão de vender o terreno por R$ 301 mil, para Robério Abdon D’Oliveira, conselheiro da OAB do Pará e amigo íntimo de Do Carmo. A tramóia se configurou como tal, definitivamente, na esteira da denúncia do vice-presidente da OAB do Pará, Evaldo Pinto, segundo a qual sua assinatura foi falsificada. A denúncia foi confirmada por Cynthia de Nazaré Portilho Rocha, assessora jurídica da OAB do Pará, que assumiu a falsificação. Embora alegando que falsificara a assinatura de Evaldo Pinto com a própria autorização do vice-presidente.

A negociata, possivelmente inspirada pela valorização dos imóveis em Altamira, diante da perspectiva de construção da hidrelétrica de Belo Monte, acabou abortada. O que evidencia seus propósitos escusos, segundo as suspeitas suscitadas. Trata-se de uma ilação que ganhou músculos diante da grave denúncia feita pelo vice-presidente da OAB do Pará, Evaldo Pinto, ao declarar que sua assinatura foi falsificada. A falsificação foi admitida por Cynthia de Nazaré Portilho Rocha, assessora jurídica da OAB do Pará. Ela alega – embora sem provas documentais ou testemunhas que corroborem sua versão – que falsificou a assinatura de Evaldo Pinto supostamente com a autorização do próprio vice-presidente. Cynthia de Nazaré Portilho Rocha foi ainda mais longe, ao acrescentar, candidamente, que seria uma prática prosaica a falsificação da assinatura do vice-presidente, com a autorização do próprio Evaldo Pinto. A simples possibilidade da direção da OAB conviver, prosaicamente, com o crime de falsidade ideológica, obviamente potencializou a repercussão negativa provocada pelo imbróglio.