Dos mortos só se fala para dizer o bem. A lembrança dessa máxima ecoa, fatalmente eloqüente, diante da morte nesta sexta-feira, 15, aos 85 anos, de Hélio Gueiros (foto), ex-governador do Estado e ex-prefeito de Belém, mas também advogado e jornalista, que foi, ao mesmo tempo, protagonista e testemunha privilegiada da história recente do Pará. Gueiros foi sobretudo um personagem polêmico, desses que habitualmente não comportam meio termo – ou se ama, ou se odeia. Jamais, porém, suscitou a indiferença, seja como político, seja como jornalista.
Com um perfil autocrático e um parco coeficiente de tolerância, doutor Hélio, como costumava ser tratado o ex-governador, que também ficou conhecido como Papudinho, em alusão a suas inclinações etílicas, era originário do PSD, o Partido Social Democrático, com peculiaridades próprias que feneceram com o golpe militar de 1º de abril de 1964 e a camisa de força do bipartidatismo, imposto pela quartelada. A nova versão da legenda, ressuscitada com a redemocratização, não tem nada em comum com o PSD que marcou uma importante passagem da história política do Brasil, que vai do Estado Novo até 1964. No Pará, até 1964, a legenda se confundiu com o baratismo, a vertente política que floresceu sob a liderança do ex-governador Magalhães Barata, um caudilho que, como tal, exibia um perfil autoritário, frequentemente ultrapassando o limite da truculência, mas também populista e que revolucionou os paradigmas do exercício do poder. Barata introduziu no Pará o governo itinerante e abriu espaço para os desvalidos, ao instituir as audiências públicas, quando abria as portas do Palácio Lauro Sodré, então sede do governo estadual, aos humildes.
Para o bem ou para o mal, Gueiros interiorizou as idiossincrasias do baratismo. Na política foi implacável com seus eventuais adversários, aos quais acabava por tratar como se fossem inimigos figadais, ainda que para mais tarde com eles se reconciliar, ao sabor de suas conveniências políticas, como se deu com os Maiorana e com o ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. No trato pessoal, porém, revelava-se habitualmente sedutor, na esteira de uma verve impagável, que turbinava a sua célebre irreverência e dele fazia uma figura algo histriônica.
Neste momento, até em respeito à dor da família e à memória de Gueiros, cabe sobrepor o homem ao personagem da história. Não faltará oportunidade para fazermos uma retrospectiva da trajetória de Gueiros como figura pública, sob uma perspectiva histórica. O que ele abominava, sempre que a releitura do passado embutia revelações que lhe fossem desconfortáveis.
Com minhas condolências à família, o meu mais sincero desejo, neste momento de adeus – descanse em paz, doutor Hélio.
29 comentários :
E tinha que morrer justo no final de semana...
Mais uma vez se confirma que por trás de alguns homens há uma mulher que capaz até aplainar seus defeitos, como é o caso dessa grande educadora Terezinha Gueiros
O doutor Hélio Gueiros, político de escol, foi jornalista da melhor estirpe. Sua pena escorreita destacava-se pela fina ironia. Poucos tiveram coragem de com ele contender: era fera, cuja mordida poderia ser mortal !
Com todo respeito, papudinhos e papudões do Pará estão de luto.
Vá com Deus HG
Com certeza ninguém esquecerá. Fez tanto que em 1981 quando governador do Estado sem o menor fundamento legal, deixou de pagar a classe de peritos do IML que ganhava igual aos delegados.E hoje a classe de peritos sofre correndo atrás do prejuízo.
É a qualquer dia e hora vou ler aqui elogios também para o José Sarney, para o Jader, para o Mário Couto pessoas surgiram do ostracismo e hoje também são ricos.
Político quando morre vira santo do pau oco. Morreu e não disse nada da ciclovia da Doca de Souza Franco;
Ei, da 9:31, ninguém corre atrás de prejuízo. Só doido, talvez. Do prejuízo o que se quer é distância, ok ?
Gostei. É por isso que, desde 1981 até hoje, os peritos do IML estão na M...Ah!Ah!Ah!Ah!
É isso. Os inteligentes e espertos fogem do prejuízo; os burros, jumentos, imbecís e outros quetais, correm atrás dele. Eis a diferença.
Quem se lembra do EBAL ? não a editora de história em quadrinhos, que fez a alegria dos petizes até o final dos anos 70; mas o estaleiro que fez a alegria sonante do filho de Gueiros, quando este foi prefeito e governador. Quem ?
Um cabra macho que assumiu tudo que fez, que não foi pau mandado nem comandado, uma das vezes que eu estive frente a frente com o Papudinho,foi em seu comício para governador no Outeiro , perguntei se ele sabia que a esposa do Passarinho estava muito doente e que isso prejudicaria a campanha do Passarinho para o senado , ele riu , passou a mão na minha cabeça e apontou para o Jader dizendo nos já mandamos o Passarinho cuidar de sua mulher sem se preocupar com sua campanha pois dela nos cuidamos!
Esse era o popular Papudinho que quando prefeito respondendo uma manifestação dos moradores da Mauriti entre Pedro Miranda e Senador Lemos dizendo , “Acabaram de garantir que esse pedaço da Mauriti não vai mudar no meu governo”!
Que quando o Luiz Araujo(Dente de Baiacu) líder dos professores fez greve de fome em frente a ALEPA ele falou, “ De dia fica ai deitado que nem faquir mas de noite vem a turma dele da sopa de gurijuba”
Na desocupação da ponte do Itacaiunas “ Mandei desocupar, que fizessem o necessário , e se bateram foi porque eu mandei e se pularam da ponte é porque queriam esfriar das pancadas”
Para o filho vice do Almir
“ MEU FILHO DESSE JEITO TU VAIS FAZER MAIS EFEITO NO ALMIR DO QUE O CIGARRO “
MCB
Já foi tarde. Raça que não morre cedo é político, principalmente se são corruptos e ladrões do povo. Jackson Lago se foi. O Maranhão agradece profundamente. Espero que o dia de Jáder Barbalho, José Sarney, Duciomar Costa e tantos outros salafrários estejam com o dia da morte bem próximo também. Todos disseminadores da fome, da violência, da miséria, da ignorância, das doenças e da morte de tantos inocentes! Não irão fazer falta.
Sinceramente, como todo respeito à memória do morto, mas, como jornalista, não era lá essas coisas não. Nunca encontrei sinceridade naquilo que escrevia. Seu estilo - se é que ele tinha algum - era grotesco, mal polido. Tentava ser, às vezes espirituoso, mas quase sempre, escorregava para o ridículo, torcendo as palavras, com uma certa inabilidade, para tentar demonstrar fineza irônica. Se era espirituoso, o era no outro sentido da expressão...
Sim, Sim, a Professora Terezinha Gueiros, sim. Esta merece todo o nosso respeito. Grande mulher e grande educadora.
Ei, Baratão, o ÁPIO CAMPOS também morreu. E aí, a gente não vai falar sobre ele, não ?
BARATÃO, olha só essa, em menos de sessenta dias abriram 3 vagas na nossa Academia de Letras, aquela uma que o João Malato dizia que se o MOBRAL lá entrasse muito teria o que fazer. ALÔ, ALÔ aspirantes à imortalidade, candidatem-se, não precisa escrever direito, nem esquerdo, basta ser amigo do Presidente. Aliás, este, para ser eleito, barganhou os votos de que precisava, oferecendo um lauto almoço aos seus futuros pares. Sigam o exemplo, aspirantes, sigam o exemplo...
Baratão, diz-que a vaga do Poeta Alonso Rocha já está reservada ao ilustre filho da Maria Aguiar, que também atende pelo epíteto (égua !) de Pierre Beltrand. Isto parece claro, pois este, quando escreveu o seu livro - uma brochura referta de bobagens, tratou de nele por a foto do atual Presidente Dennis (que não é o Pimentinha, o travesso, mas, também, faz das suas...). Que tal ?
Rapaz, convidaram o Poeta Antônio Juraci Siqueira para esquentar uma das cadeiras da Academia. O Jura que não é disso, não, nem deu bola.
Tá certo. Fique na sua Poeta, é melhor, bem melhor.
12:49, e o kiko?
Hélio Gueiros,quando governador mandou os professores venderem manga no Ver o Peso para aumentarem sua renda.
Não vai deixar saudade como governante.
Não valia o coco que pisava na rua. Ja foi tarde.
Sacaneou com os servidores públicos agora vai prestar conta com o Divino.
E o filho dele. Aquele que era piloto de fórmula "não sei o quê". Correr nessas pistas é caro, demanda muita grana. Só o carro custa os olhos da cara. Agora uma perguntinha que não quer calar: por que ele só se esbaldava nas pístas nos períodos em que o pai esteve no poder. Essa é difícil, Será que alguém arrisca um palpite?
Hei Barata pára de endeusar o Hélio Queiros ele não valia o que o gato enterra.
Tava nem ai pro povo, depois que morre vira santo, me admiro de ti Barata!
Causos do Helio Gueiros, certa vez indagado por um reporter se ele acabaria com o jogo do bicho, Helio respondeu: A Therezinha não gosta que eu fale isso, mas eu vou falar. Meus amigos, pra que eu vou acabar com o jogo do bicho? ele emprega, maneta , cegueta, perneta, onde esse pessoal vai trabalhar meus amigos?
E encerrou a entrevista.
JC
Vou no boteco mais próximo tomar umas em memório dele.
Eu não gostava pessoalmente do Hélio Gueiros. Quando fez uma reforma no seu secretariado disse que o fazia pq precisava tirar pessoas incompetentes do governo. Foi tremendamente injusto, mau, arrogante. Que Deus perdoe os seus pecados.
10:12, nao vi o elogio, Barata conta fatos e contra fatos nao ha argumentos. Qurendo ou nao, o Gueiros faz parte da hitoria do Pará, para o bem ou para o mal.Pior é que não aprendemos, o povo elegeu um ser muito pior: Duciomar Costa. Barat é testemunha da hisotira politica paraense, pelo menos da recente e o que ele naop presenciou, pesquisou.É o fim da picada quando uma pessoa ler o que quer e interpreta passionalmente.Nao consegue contextualizar.
foi tarde prejudicou 165 pm no ano de 1989 ate hoje varios lutam pra voltar q deus tenha piedade da sua alma
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