JATENE – A preocupação em reabilitar a imagem

No rastro dos seus antecedentes, que incluem a suspeita de corrupção passiva suscitada pelo Ministério Público Federal, Simão Jatene parece preocupado em reabilitar sua imagem, inocultavelmente tisnada no seu primeiro mandato como governador do Pará. Na ocasião, além de ser politicamente refém do ex-governador Almir Gabriel, que o impediu de consumar a reaproximação com o ex-governador Jader Barbalho, Jatene herdou o ônus de bancar as contas das obras faraônicas do seu antecessor. Restou-lhe a construção, a toque de caixa, já na reta final da sua gestão, dos hospitais regionais, alguns dos quais inaugurou sem que estivessem aparelhados, como no caso de Santarém.
Educação, saúde e segurança é o trinômio privilegiado por Simão Jatene, segundo declarações do próprio governador, sublinhadas na sua posse e a cada nova entrevista concedida. Resta saber se, diante do sucateamento amargado nos últimos quatro anos, haverá reservas de caixa para materializar o que, até aqui, é apenas pretensão. Sem esquecer, obviamente, de mazelas incorporadas no mandato anterior do governador tucano. A principal das quais foi o nepotismo, levado ao paroxismo no primeiro mandato de Jatene. Como se a máquina administrativa fosse um feudo, o governo, naquela altura, foi devidamente loteado entre as famílias Jatene, do governador; Cunha, da primeira dama, dona Ana Maria Cunha Jatene; e Silva, de Eliana Silva Jatene, ex-mulher e mãe dos filhos de Jatene.