quinta-feira, 22 de abril de 2010

HISTÓRIA – Vestígios históricos sepultados

Faz-se indispensável aqui uma breve digressão. Ao adquirir a Folha do Norte, no início da década de 70 do século passado, Romulo Maiorana mandou reformar o interior do prédio que foi sede do jornal dos Maranhão, na rua Gaspar Viana com a travessa 1º de Março, com fundos para a Boulevard Castilho França. Na reforma, foi conservada a bela fachada do imóvel, mas do seu interior desapareceram, por exemplo, as paredes da redação, tal qual eram conservadas, com as marcas dos tiros desferidos em atentado dos baratistas contra o jornal. Com o teto rebaixado, as partes das paredes visíveis foram rebocadas. Fez-se desaparecer, assim, um símbolo da resistência democrática em defesa da liberdade de expressão.
O prédio histórico, com seu interior descaracterizado, foi deixado para trás por Romulo Maiorana Júnior, o Rominho, o virtual sucessor do pai, quando construiu a nova e faraônica sede de O Liberal, na avenida 25 de Setembro, compatível com o porte da moderna impressora então adquirida. O prédio histórico, que abrigara a Folha do Norte, não comportava a nova impressora e isso justificou a construção da nova e luxuosa sede do jornal, cuja grandiosidade seria uma tentativa de Rominho em fixar uma imagem de arrojo empresarial compatível com a lembrança que ficou do pai, Romulo Maiorana, que se notabilizou por seu empreendedorismo, a despeito do seu passado turbulento, associado ao contrabando legitimado da época do baratismo.

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