segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CAOS – Denúncia revela como manipulam a GDI

Internauta, em comentário anônimo, revela como costumam manipulam a GDI, a Gratificação de Desempenho Institucional. Exatamente a suspeita que acompanha a atual direção da Santa Casa de Misericórdia do Pará, de acordo com recorrentes denúncias.

A) Uma pessoa é atendida numa clínica particular conveniada ao SUS. Todos os procedimentos que forem realizados: consulta, injetáveis, curativos, exames, etc, são reembolsados pelo SUS. O que o SUS não paga a clínica não faz;

B) Outra pessoa procura atendimento numa URE da SESPA, realiza os mesmos procedimentos realizados na clínica particular, só que neste caso o governo se dá ao direito de não computar vários procedimentos, ora excluindo por tipo, ora excluindo por quantidade/dia.

“A diferença entre a clínica conveniada e a URE, neste caso, é que uma vez atingida a quota, a clínica deixa de atender, enquanto que no serviço público, mesmo quando só são computados, p.ex: 30 procedimentos ‘X’ por dia, a direção obriga o servidor a fazer 200, 250, 300.

“A gambiarra da GDI está justamente aí: um número muito grande de procedimentos acabam sendo excluídos, produzindo uma queda artificial na produção, com consequente redução dos valores pagos da GDI.”

13 comentários :

Jorge Reis disse...

Como usuário,cidadão e principalmente eleitor, gostaria Barata que você e/ou anônimo que postou esta denuncia, informasse qual a URE ou Estabelecimento de Saúde da SESPA que acontece tal “ maquiagem” e também quais os procedimentos arrolados no golpe, pois se há veracidade nos fatos, temos que acionar o Ministério Público Federal, agora levianamente denunciar sem subsídios reais fica denuncia de cunho político, pois observo um processo inverso na SESPA, os laboratórios particulares todos foram descredenciados da SESPA e atualmente todos os exames(URES, CAPS e UBS Pedreira) são realizados pelo LACEN- Laboratório Central da SESPA, significando redução de gasto publico!

Anônimo disse...

11:03 Pelo que posso entender da argumentação entre os dois internautas, a sua réplica soa como "chover no molhado". A GDI foi criada justamente para transferir uma fração da demanda anteriormente contratada exclusivamente com provedores privados, digamos aquela menos atraente sob o ponto de vista comercial, para alocar serviços nas unidades mais carentes. A transferência de parte da receita própria do órgão aos servidores que tratam do povo, pode ser interpretada - sem equívocos - com um processo "horizontal", "descentralizado", que foi planejado para estimular o desenvolvimento de cada unidade. Segundo o que você relata em seu comentário, a SESPA estaria fomentando hoje o descredenciamento de vários laboratórios privados servindo a várias unidades, para "verticalizar" e "concentrar" todo este dinheiro num único órgão, o Laboratório Central, provavelmente às custas da desativação dos laboratórios destas unidades citadas. Deixe-me entender: só o Laboratório Central vai ser beneficiado, o dinheiro que deveria ser distribuído com equidade para as demais unidades vai ser drenado para um único órgão. Mas a GDI é limitada ao teto de 90% do vencimento de cada servidor, o que pode sugerir que tamanha quantidade de repasse de dinheiro extrapolará os limites dos tetos individuais, gerando uma bela sobra de dinheiro. Olha, eu acho que o outro cara (que você acusa de estar fazendo acusações levianas) deve até agradecer a você, porque ele aparentemente não está tão informado quanto deveria.

Anônimo disse...

Anonimo das 12:23

Sou servidor da UBS Pedreira, nos trabalhamos com discussão e transparencia, foi um ganho fenomenal o que foi feito, tirar Laboratórios - SANGUE SUGAS privados do dinheiro publico, o LACEN aqui servirá de apoio Instituicional na UBS, não sei como foi nas URES, Mais na UBS todos os procedimentos realizados pelo LACEN referente a UNIDADE, serão destinados 35% da produção, justamente referente a GDI aos servidores. Peço que você acompanhe as relações Institucionais da SESPA, pois nós da UBS Pedreira estamos Satisfeitos!

Anônimo disse...

Descobriu-se mais uma gambiarra com o dinheiro da GDI.

Anônimo disse...

Barata:

A ser confirmado o comentário sobre o distrato da SESPA com os laboratórios particulares que atendiam as suas unidades, para transferir toda esta demanda para o Laboratório Central, se percebe que a gambiarra da GDI pode estar extrapolando do varejo para o atacado.

É público e notório que, em razão das circunstâncias por que passa a saúde pública no estado, a empreitada dificilmente seria viável. Trocar um atendimento rápido, confortável, no centro da cidade, com várias opções de postos de coleta, por um serviço estatal, centralizado num ponto distante da Rodovia Augusto Montenegro (quase em Icoaraci), onde provavelmente o usuário enfrentará agendamentos de longo prazo, soa absurdo demais para ser verdade.

No caso do Laboratório Central, esta centralização causaria uma grande controvérsia: o papel do laboratório central aparentemente é de servir de referência tecnológica - o topo da pirâmide; assumir de uma hora para outra a demanda básica seria tomar para si o papel das próprias unidades.

Embora o fato não esteja confirmado, admitir a sua possibilidade seria admitir que tudo foi armado em função de uma grande economia em dinheiro com estes convênios distratados. A pergunts é: como e onde será investido este dinheiro.

Anônimo disse...

12:46

"ganho fenomenal", ... "Laboratórios - SANGUE SUGAS privados", ... "apoio Instituicional na UBS", ... "estamos Satisfeitos!"

Infelizmente falta-me conhecimento pormenorizado sobre estas sensacionais realizações na UBS-Pedreira que lhe deixaram tão deslumbrado(a). Você é uma pessoa de sorte, pois a GDI de todos os hospitais públicos vem caindo consideravelmente.

Um detalhe. Será que você pode revelar o valor numérico aproximado correspondente a última "gdi fenomenal" já recebida no banco?

Anônimo disse...

Nas URES também a cada 3meses vem diminuindo a GDI, perde-se valores que nunca são repostos aos servidores, sempre é isso que ouvimos. porque em alguns hospitais a GDI é mensal e nas URES trimestral? Em todos atende-se os pacientes, porque a diferença?

Anônimo disse...

Em nenhum hospital paga-se a GDI mensalmente, a gratificação é paga a cada três meses como manda o decreto. Sou servidora de um Caps e estou satisfeita sim, a comissão estadual da GDI (com o aval do governo) fez um belo trabalho de democratização e redistribuição ds valores pagos, diminuindo a disparidade entre os níveis de escolaridade. Em relação aos valores pagos, estão estáveis, mas os repasses também vem em intervalos mais ou menos regulares, o que nunca no Brasil aconteceia no governo passado.
Em relação à polêmica sobre os procedimentos realizados pelo LACEN, deixo aos internautas uma pergunta: a quem interessa que esses procedimentos sejam realizados por laboratórios particulares? ora, ora...nem é preciso ser muito inteligente para saber a resposta.

Anônimo disse...

Na minha opinião a Sespa está de parabéns ao repassar para o lacen os procedimentos de laboratórios realizados nas ures, caps e ubs pedreira. Em primeiro lugar porque a qualidade do laborartório central é excelente e reconhecida até nacionalmente, depois porque nada mais natural em um governo democrático-popular do que priorizar o atendimento no serviço público (de qualidade) ao invés de empresas privadas. A diferença é básica: no público o objetivo é um bom atendimento (ou deveria ser), no privado, o objetivo é o lucro.

Anônimo disse...

19:31/35

Você continua sem dizer objetivamente qual é o valor da sua GDI, para que possamos ter uma noção exata do que diz. A satisfação pessoal é algo muito subjetivo. Não há razões para sigilo, uma vez que os valores foram unificados. O que se discute neste blog é a queda artificial do repasse da verba destinada ao pagamento da GDI dos servidores.

É louvável que o governo invista nos laboratórios de análise clínicas públicos, para estarem em aptos a assumir uma parcela maior deste serviço. Pergunta-se:

1) Se o repasse destas quotas outrora destinadas a particulares, significar p.ex:1.600 exames/dia a mais, o Laboratório Central estará em condições de atender o público sem submetê-lo a longas esperas?

2) Será que o usuário, em vez de ouvir a recepcionista do laboratório particular dizer "venha amanhã fazer o seu exame", vai ouvir uma funcionária pública dizer "não está fazendo este por falta de material", ou "o aparelho está quebrado", ou "volte mês que vem"?

3) Se um laboratório particular fizer 400 exames de sangue/dia é porque o SUS vai repassar o valor previsto em planilha para este total, até que se atinja o limite da quota mensal. Se um laboratório da SESPA fizer 400 exames de sangue/dia, eles podem achar que sejam "cadastrados" apenas 60 exames/dia. E o que acontece com o dinheiro dos 340 exames "não cadastrados" não se sabe ao certo, mas suspeita-se de haver um esquema de desvio desta verba.

Daí é só juntar as peças e...

servidor da URE REDUTO disse...

è bom deixar claro:
1) A GDI dos Hospitais Regionais em doze meses só vem subindo, alguns nem recebiam GDI antes deste Governo;

2)O LACEN está investindo bastante recursos para atender a demanda que A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELÉM ABANDONOU, e convenhamos o trratamento que dado aos usuários do SUS nos laboratórios particulares era o pior posssível;

3)O assunto trazido a tona, só nos faz visualizar que as Unidades do Estado produzem muito mais do que é pago pela Secretari de Saúde do Município de Belém. Mas a lógica do SUS é real mente atender a população e não transformar saúde em produto vendével;

4) Para finalizar esta discursão e verificarmos assuntos muito mais importantes para a sociedade, é importante registrar que a partir de 2007 a GDI passa por um processo de restruturação amplamente discutido pelas Unidades da SESPA. podemos chamar de MORALIZAÇÂO o que acontece com essa gratificação que faz a diferença trimestralmente, como se fosse o 14º, 15º e 16º salário. Portanto colegas não vamos nos deixar levar por quem só quem fazer terrorismo e desqualificar o que está sendo tão bem construido por todos nós, o advento da Comissão Estadual de GDI em 2007 foi um marco importante, pois nesta comissão estamos todos da SESPA representados na luta.

Anônimo disse...

não existe manipulação na GDI, a postagem é um absurdo. Recebemos 35% da receita de serviços produzidos como manada a lei 6673 de 2004. NÃO PODEMOS TRANSFORMAR CADA ATENDIMENTO EM DINHEIRO, O NOSSO PRODUTO É SAÚDE. Para atender a população o servidor já tem a sua remuneração.

Anônimo disse...

Mais esclarecimentos sobre um assunto já muito discutido: a GDI dos servidores da saúde pública estadual.

1º) Lei é uma coisa, "achismo" é outra.

2º) A Lei 6.673 que instituiu a GDI, ainda que haja provocado muita discussão, jamais deve ser tomada como inconsequente, pois foi precedida de ampla negociação entre as várias esferas de poder que integram o SUS - Sistema Único de Saúde.

3º) "Art. 3º O custeio das despesas com a concessão da Gratificação de Desempenho Institucional será assumido na dotação orçamentária própria e por repasse da verba destacada pelo Sistema Único de Saúde, no limite de 35% (trinta e cinco por cento) da receita de produção de cada órgão ou entidade."
Transferir 35% da receita de produção é o que manda a lei, e não o que eu ou alguém mais possa querer. Isto é feito calculando-se todos os procedimentos realizados no órgão durante 3 meses, somando todos os respectivos valores, segundo as tabelas de procedimentos do SUS (ambulatorial e hospitalar), depois separando 35% para ser distribuido aos servidores em serviço, segundo critérios estabelecidos pelo decreto 1.554 que regulamentou esta lei.

4º) O que houve é que, este repasse da verba do SUS para os órgãos públicos, não é nem de longe comparável ao que é feito para os provedores privados conveniados. Para um mesmo total de procedimentos realizados, têm-se duas medidas: os conveniados recebem integralmente, enquanto os servidores públicos apenas uma parte.

5º) Um dos métodos mais utilizados para reduzir artificialmente a produção e a receita própria do órgão, já foi amplamente explicado neste blog: trata-se do "não cadastramento" de procedimentos realizados na saúde pública, seja por tipo, seja por quantidade/dia.

6º) Quando um membro da equipe do governo diz neste blog que "não podemos transformar cada atendimento em dinheiro, o nosso produto é saúde", na verdade está indo contra o texto da lei, que diz justamente o contrário, e continua vigente. A transformação de cada atendimento (todos os procedimentos envolvidos neste) em dinheiro é a lógica de um sistema que exige mudanças.

7º) Como explicar então os desvios milionários de verbas da saúde pública já apurados em nosso estado? Como explicar a falta de médicos nos prontos-socorros municipais e na Santa Casa? Como explicar a decadência do Ofir Loiola? Como explicar que diante de tanta escassez de serviços as pessoas estejam dormindo nas calçadas para aventurar uma ficha de atendimento?

8º) O "não cadastramento" por tipo, revela também a falta de vontade política em investir na ampliação de padrões tecnológicos; enquanto que o "não cadastramento" por quantidade/dia, é tão artificial e aleatório, que poderíamos cruzar dados numa auditoria e checar que praticamante não se repete em dois órgãos.