quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ELF – A arte de Ubirajara Ribeiro

O material de divulgação da exposição inclui um texto sobre a mostra, que em seguida transcrevo:

“A Galeria Elf realizou no último sábado a abertura da exposição ‘Guardador de Épocas’, uma mostra que traz trabalhos do mestre Ubirajara Ribeiro em um suporte inusitado: cartões postais.
“Houve um tempo - antes da popularização das redes sociais, do e-mail e dos telefones celulares – em que as pessoas dependiam dos Correios para manter contato. Os cartões-postais faziam parte desta cultura como uma forma de aliar informação à imagem, situando geograficamente o emissor da mensagem – era quase como um twitpic prosaico.
“Hoje, apesar de ainda utilizados, os postais perderam espaço para meios de comunicação que permitem a troca de informações em tempo real. Mas eles ainda tem seu charme, chamando atenção para locais especiais e momentos inesquecíveis.
“A Elf, por meio da exposição, busca fazer este resgate romântico da comunicação através da arte. Os cartões que compõem a mostra foram reunidos por seus destinatários. Estes os colaram em três enormes álbuns, que tinham em suas capas três nomes escritos em dourado: Zilda, Hilda e Nina. Todos foram escritos entre 1903 e 1904, e serviaram para manter o contado entre os membros da família Cerquinho Malta, da cidade de Santos, com parentes que estavam na Eurpa – era a moda da época!
“Este tipo de comunicação pode parecer ingênua em 2009, mas todos os cartões da exposição, além de serem um registro histórico da época, foram transformados em arte: “ Uma parcela da coleção foi resgatada e recuperada, em 1.985, transformando-se em obras únicas, constituindo originais. O trabalho de reciclagem, realizado a partir de um produto industrial de excepcional qualidade gráfica, garante que se estabeleçam novos significados na leitura, criando aí outro compromisso moral e estético com a realidade e com a imagem”, testemunha o autor do projeto em cada peça exposta. O projeto artístico e produção assinados por Ubirajara Ribeiro, foi executado em 1.986, visando preservar importante segmento da memória familiar brasileira. Constitui-se, assim, num trabalho de extensão natural das atividades do artista que se destacou no cenário nacional como professor, aquarelista, gravador e litógrafo, falecido em 2002.”

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