O novo questionamento de Sebastião Klautau, o Tito Klautau, sobre o imbróglio em torno de Cesare Battisti, padece certamente de um vício de origem, que é pretender resumir a discussão sobre a pertinência, ou não, da extradição do criminoso italiano a uma questão de princípio e desconhecer a tentativa do ministro Tarso Genro, da Justiça, em ideologizar o contencioso. Sem necessariamente desabonar suas fontes, em termos curriculares, opto por confiar em fontes como um Mino Carta porque este exibe um histórico de independência política que o faz sobrepor fatos a crenças ideológicas. Observe-se que falo em independência, porque parece-me que seria demasiadamente bizantino e nos faria resvalar para a discussão sobre o sexo dos anjos polemizarmos a respeito da ficção que acaba sendo a pretensão de isenção, fatalmente inviabilizada pelas idiossincrasias pessoais.
De resto, cabe ainda uma indispensável reflexão. Como catalogar, senão como criminoso, quem, sob instituições inquestionavelmente democráticas, opta pelo terrorismo e se arvora ao direito de decidir o direito a vida de outrem, em julgamento sumário, próprio de tribunal de exceção, por sua conta e risco?
Tergiversar é, na verdade, tentar passar ao lado dessa singela indagação. Esta é a pergunta que não quer calar e que cabe a Tito, enfim, responder, após tantos questionamentos.
De resto, cabe ainda uma indispensável reflexão. Como catalogar, senão como criminoso, quem, sob instituições inquestionavelmente democráticas, opta pelo terrorismo e se arvora ao direito de decidir o direito a vida de outrem, em julgamento sumário, próprio de tribunal de exceção, por sua conta e risco?
Tergiversar é, na verdade, tentar passar ao lado dessa singela indagação. Esta é a pergunta que não quer calar e que cabe a Tito, enfim, responder, após tantos questionamentos.
Existem alguns problemas que tornam teu raciocínio passível de crítica, Barata. São eles:
ResponderExcluirQuando rotulas Battisti de criminoso, não distingues a questão do crime político. Isto fica bem claro quando opões democracia x terrorismo.
A diferença, talvez, seja muito sutil para que compreendas, mas um bom exemplo é a questão da Alemanha nazista, um regime que pelas regras era legítimo e democrático pois Hitler e sua camarilha chegaram ao poder pelo voto e legitimaram muitas de suas ações por plebiscito.
Mas qualquer garoto sabe hoje que não era. E houve resistências isoladas, houve atentados terroristas,houve resistência. Pelo teu raciocínio as pessoas que se insurgiram contra o nazismo seriam criminosas.
No caso de Battisti, tínhamos a chamada Guerra Fria, um enfrentamento permanente entre União Soviética e o bloco ocidental liderado pelos EUA. O alinhamento com o bloco norte-americano gerou ditadura em todos os continentes do mundo e também conflitos de baixo/médio impacto (Vietnã, Oriente Médio). Do lado soviético, a resposta não foi menos dura: Cuba, grupo Baden-Mayerhoff, Brigadas Vermelhas, Setembro Negro, Tupamaros.
Além disso, todo o arcabouço legal da Itália foi endurecido, fazendo do governo italiano naquela época uma sucursal da Casa Branca, tanto o quanto o eram o da República Federal Alemã. Então, não me venha com essa chorumela de bem x mal.
É claro, ninguém duvida, tu conheces muito bem essa história, e até seria interessante, senão educativo, que falasses desse tempo com o tempero de tua vivência pessoal, como secundarista, na universidade e no jornalismo.
Mas, o que complica mesmo o teu ataque feroz ao tal italiano ex-brigadista, é o fato de os crimes que imputam a ele e motivam o pedido de extradição, são questionáveis tecnica e formalmente do ponto de vista jurídico. Há alguns que, para serem praticados, obrigariam o acusado usar do poder divino e comparecer a dois locais diferentes, na mesma hora; e, lembre-se, isto só é possível, hoje, com o advento da internet.
Por fim, uma constatação: o Battisti se beneficia sim do Brasil ser presidido por Lula. Pois caso acontecessem esses fatos no tempo do FHC, o italiano já estava na Itália, entregue numa jaula com um brilhante laço verde-amarelo, acompanhado de um cartão com votos de protestos de amizade do governo brasileiro. Essa é a diferença principal.
Barata, todoas as vezes que tú não entendes de um assunto tú chamas a discussão de "bizantina". Uma discussão bizantina pode até não chegar a um resultado prático, mas pressupõe conhecimento prévio. Seu texto demonstra desconhecimento sobre o caso.
ResponderExcluirBarata, acbei de enviar email contendo a "Resposta de Tito aos questionamentos de Barata".
ResponderExcluirEspero a postagem de minha resposta.
Um abraço do Tito Klautau.
Vai ver...a culpa mesmo foi dos mortos.
ResponderExcluirÉ sempre assim, seja de esquerda ou direita, "criminoso político" tem licença para matar.
Se militante e matou, pronto:é rotulado de "crime político".
Simples, não?
Senhores "independentes", coloquem-se no lugar de parentes das vítimas.
Talvez vejam com mais "independência", quem sabe?