PEDOFILIA – O uso indevido do nome de Deus

Por osmose, provavelmente, os comentários em defesa do padre Georger exibem a mesma arrogância ostentada pelo religioso e sua claque diante da CPI da Pedofilia. Inclusive pelo excessivo indevido uso do nome de Deus, como se o Criador – para quem acredita nessa figura - tivesse fornecido uma procuração em branco colocando o padre Georger acima do bem e do mal, pelo simples e singelo fato de ser padre.
O exagero dos que incensam padre Georger faz recordar a sábia advertência do ex-presidente Tancredo Neves, em relação ao uso do nome de Deus. “Os homens devem ser ecumênicos e econômicos na referência ao Criador, até porque muitos deles, no seu orgulho insano, quanto mais o citam, mais se julgam um rival de Deus”, assinalou, com propriedade e de forma indelével, o ex-presidente.
Em tempo: ex-governador de Minas Gerais, Tancredo Neves morreu sem assumir o cargo de presidente do Brasil, em 21 de abril de 1985, após uma dolorosa seqüência de cirurgias, a primeira das quais – provocada por uma crise de diverticulite - na véspera da sua posse, prevista para 15 de março de 1985. A vitória de Tancredo Neves, em eleição indireta, ocorrida no extinto colégio eleitoral, onde derrotou Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo e candidato do regime militar, assinalou a redemocratização do Brasil, após o golpe militar de 1º de abril de 1964.