OAB – Questão de princípio

Coragem não é ausência de medo, mas a capacidade de superá-lo quando assim se faz necessário, para fazer sobrepor princípios a conveniências espúrias. Por isso soa intelectualmente frágil, no limite da farsa, a argumentação segundo a qual é o temor de retaliações que blinda Sérgio Couto (foto) do risco de ser denunciado publicamente pelas supostas falcatruas que lhe são atribuídas, intramuros, por setores da oposição da OAB.
Não me cabe, nem é minha intenção, fornecer atestado de idoneidade a Sérgio Couto. Mas, por questão de princípio, não tenho porque coonestar a estultícia embutida nesse tipo de argumentação, na verdade um rude sofisma, próprios dos covardes que se abrigam no anonimato, para fazer proselitismo eleitoral. A oposição, agora aliada a parcela da situação, inclui nomes respeitáveis e suficientemente cacifados para não temer retaliações de Sérgio Couto. A começar pelo próprio Jarbas Vasconcelos, o seu adversário na atual eleição.
Se existem objeções éticas ao ex-presidente da OAB, novamente candidato ao cargo, este é um bom momento de assumi-las e colocá-las na mesa de debates, se a preocupação é, efetivamente, preservar as instituições democráticas, nelas incluída a própria Ordem. Do contrário, estaremos incidindo no execrável recurso de utilizar o discurso ético com fins meramente eleitorais, para pavimentar o caminho que leva ao poder. Como fez o PT antes de se tornar governo.