DESGOVERNO – A marcha da insensatez 3

Desenhado o cenário sob o qual se faz a recomposição do loteamento político do governo Ana Júlia Carepa, entende-se melhor o significado do que é revelado pelo internauta anônimo.
De acordo com o que é exposto, acrescido de informações adionais, hoje o governo Ana Júlia Carepa está assim loteado:

Setran - Entregue ao deputado estadual Valdir Ganzer (PT), para pavimentar sua reeleição e a do deputado federal petista Zé Geraldo, ambos de parcas preocupações éticas.

Seduc – Destinada ao deputado federal petista Paulo Rocha, para turbinar a eleição do parlamentar ao Senado. Paulo Rocha ganhou notoriedade nacional como mensaleiro.

Sepaq – Confiada ao grupo petista do Baixo Amazonas, que inclui Maria do Carmo Martins, prefeita de Santarém, e Carlos Martins, deputado estadual, que agora pretende chegar à Câmara Federal, também de Santarém. A interlocutora do grupo seria a mulher de Everaldinho Martins, irmão de Maria do Carmo, tido e ávido como a eminência parda da prefeita de Santarem e descrito como alguém desprovido de preocupações éticas.

Sema - Comandado por Aníbal Picanço, identificado como preposto de Marcílio de Abreu Monteiro, o secretário estadual de Projetos Estratégicos, ex-marido de Ana Júlia Carepa e pai da filha desta, apontado como a verdadeira eminência parda do atual governo. Mas a operacionalização da secretaria seria de responsabilidade de Rosemiro Canto e Manoel Imbiriba Júnior, descritos como fiéis escudeiros do chefe da Casa Civil, Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, o candidato a deputado federal ungido pelo círculo de auxiliares íntimos de Ana Júlia.

Sagri – Estaria à disposição do deputado estadual Airton Faleiro e do deputado federal Zé Geraldo, para viabilizar a reeleição de ambos. Mas o secretário adjunto, Zé Raimundo, alimentaria o desejo de sair candidato à Assembléia Legislativa.

Sespa – Supostamente posta à disposição, prioritariamente, do deputado federal Paulo Rocha, mas também destinada, em tese, a facilitar a eleição de alguns outros deputados.

Secdet – Feudo dos irmãos Abreu Monteiro, Marcílio e Maurílio, este o titular da secretaria. Os irmão são os avalistas da candidatura a deputado federal do chefe da Casa Civil, Cláudio Alberto Castelo Branco Puty. Este é também conhecido como Pacheco, em alusão ao personagem de Eça de Queiros de muita soberba e poucas realizações.

Secult – Posta a serviço da candidatura a deputado estadual do seu secretário, Edílson Moura da Silva, um pernóstico deslumbrado com o poder e de pouco apreço à ética, ungido pelos irmãos Abreu Monteiro, aos quais é servil. Ele já foi vereador de Belém pelo PT.

Sedurb – À disposição de Ana Suely Maia de Oliveira, desde que sua pretensão de ser eleita deputada estadual não ameace a candidatura de Edílson Moura da Silva, o secretário de Cultura que também postula a Assembléia Legislativa. Se vier a representar uma ameaça para a eleição de Edílson Moura da Silva deverá ser defenestrada do governo, sem dó e nem piedade, tal qual Edilza Joana Oliveira Fontes. Edilza, recorde-se, foi diretora geral da Escola de Governo e coordenadora do PTP, o Planejamento Territorial Participativo, expelida do governo, ao entrar em rota de colisão com Puty, a despeito de ser até comadre de Ana Júlia Carepa, da qual é, ou foi, amiga pessoal.

O mesmo internauta elenca ainda as instâncias de governo destinadas aos novos e velhos aliados, tal qual:

PRB - Escola de Governo. O PRB é o atual braço político no Pará da Igreja Universal, aquela do autodenominado bispo Edir Macedo, suspeito de formação de quadrilha.

PSB – Sejudh. Depois de sucatearem a Sead, os Andrade - Ademir e Cássio, pai e filho, respectivamente, o primeiro ex-senador e hoje vereador de Belém, e o segundo um medíocre deputado estadual - tomam de assalto a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos.

PC do B e Robgol – SEEL. Prêmio de consolação do PC do B, expurgado da Sejudh.

PP – Sead. Reduzida a um escritório eleitoral de Ademir Andrade, a Secretaria de Estado de Administração cai nas garras do deputado federal Gerson Peres, um dinossauro que sobreviveu ao regime militar, de perfil escandalosamente fisiológico.

PMDB – Seop, Detran, Cosanpa, Ceasa e Jucepa, dentre outros. No Pará, o partido tem como líder inconteste o ex-governador Jader Barbalho, principal avalista eleitoral de Ana Júlia Carepa em 2006, mas hoje virtualmente rompido com a governadora que ajudou a eleger. Estigmatizado por recorrentes acusações de corrupção ea mais longeva liderança política da história do Pará e interlocutor privilegiado do presidente Lula.

PTB - Centur e diversos cargos de diretores. O PTB, valhacouto de fisiológicos, tem como estrela o deputado Joaquim Passarinho, o Quinzinho, líder da legenda na Assembléia Legislativa do Pará. O jaez de seus quadros é mensurado pelo perfil do seu presidente nacional, o ex-deputado federal Roberto Jeferson, um corrupto assumido, cassado por falta de decoro parlamentar, como um dos beneficiários do mensalão, o propinoduto que - com dinheiro público - irrigava os bolsos dos parlamentares que davam sustenção ao governo Lula.