terça-feira, 2 de junho de 2009

WALTER BANDEIRA – A cerimônia do adeus

O clima de comoção que permeia o adeus a Walter Bandeira - que está sendo velado no Teatro Experimental Waldemar Henrique e será sepultado nesta quarta-feira, às 10 horas, no cemitério de Santa Izabel – é significativo do que ele representou para a cultura no Pará. Sua importância é tanto mais expressiva porque ele jamais esteve enquistado no poder, do qual sempre desdenhou, o que torna a reverência póstuma emblemática.
O velório ser realizado no Teatro Experimental Waldemar Henrique também embute um significado especial. Ao lado, dentre outros, de Luiz Octávio Barata, já falecido, Margareth Refkalefsky, Zélia Amador de Deus e Gileno Muller Chaves, também já falecido, Walter participou da mobilização, nos anos 70 do século passado, que levou o governo Aloysio Chaves, preposto do regime militar, a negociar o imóvel com a Associação Comercial do Pará e transformar o prédio em teatro, em uma nova opção para os artistas paraenses, além do aristocrático e belo Theatro da Paz, na época fechado para reformas. Viabilizar o Teatro Experimental Waldemar Henrique representou uma conquista histórica. Na ocasião ainda se vivia sob a ditadura militar e, por extensão, sob uma atmosfera opressiva, propícia para que fossem malsinados todos aqueles que ousavam desafiar os poderosos de plantão e seus cúmplices.

Um comentário:

  1. Precisamos de mais artistas corajosos e de atitudes verdadeiras como era o Walter Bandeira! Que todos nós artitas sejamos confortados e consolados pela perde do Walter que foi chamado para cumprir uma outra missão!!

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