PSDB – Obras suntuosas e índices sociais pífios

Não há como negar que procedem as críticas de Almir Gabriel diante do clima caótico sob o qual se desenrola o governo Ana Júlia Carepa. Mas seu legado não inclui apenas um variado leque de obras, algumas das quais de inegável importância estratégica. Ao lado de obras suntuosas - cujo denominador comum foi o custo faraônico, por vezes sugerindo superfaturamento -, Almir também legou, ao fim de seus dois mandatos consecutivos como governador, índices sociais pífios. Índices que assim permaneceram na gestão do seu sucessor, Simão Jatene, o fiel amigo e aliado do passado, hoje por ele tratado como desafeto. Talvez porque Jatene tenha herdado um presumível acervo de dívidas a pagar, em conseqüência do populismo obreiro que pontuou o final do ciclo de Almir como inquilino do Palácio dos Despachos.
Como governador, Almir começou por confirmar sua inocultável vocação à guarda-livros, com a obsessiva e elogiável preocupação em equilibrar receita e despesa. Mas essa preocupação foi decrescendo na relação direta em que cresciam as ambições políticas do ex-governador. Ambições que, em um primeiro momento, miravam em um segundo mandato, desdobrando-se, depois, na fixação de Almir em perpetuar seu nome, de forma indelével, na história, razão do epíteto com o qual os áulicos trataram de adornar seu nome – O Inesquecível. Ao fim e ao cabo, ele tornou-se inesquecível por razões menos nobres, como o inchaço do quadro de assessores especiais, biombo para ocultar o empreguismo promovido pelo tucanato, e pelas obras feitas a toque de caixa, com acabamento chinfrim, tal qual a Alça Viária.