Uma das mais desconcertantes passagens do depoimento do deputado Luiz Afonso Sefer, que se estendeu por cerca de cinco horas, foi relativa ao pedido de guarda provisória da garota que acusa o parlamentar do DEM de abuso sexual. Por experiência própria, como pai de filho adotivo, conforme sublinhou, o senador Magno Malta virtualmente esfarinhou a credibilidade da versão de Sefer e, subliminarmente, expôs o descrédito de setores do Judiciário paraense.
Ao observar que Sefer obtivera a guarda provisória da garota em apenas 11 dias, sem que fosse ouvido o Ministério Público e o caso acompanhado por uma assistente social, o presidente da CPI da Pedofilia não poupou o deputado do DEM. E menos ainda o juiz que concedeu a guarda, nas circunstâncias descritas, José Maria Rosário. “Excelência, o senhor deve ser um homem de muitos amigos nessa terra, porque a concessão de guarda provisória costuma ser um processo bastante demorado”, disparou o senador, acrescentando que não abre mão de ouvir o juiz José Maria Rosário.
Ao observar que Sefer obtivera a guarda provisória da garota em apenas 11 dias, sem que fosse ouvido o Ministério Público e o caso acompanhado por uma assistente social, o presidente da CPI da Pedofilia não poupou o deputado do DEM. E menos ainda o juiz que concedeu a guarda, nas circunstâncias descritas, José Maria Rosário. “Excelência, o senhor deve ser um homem de muitos amigos nessa terra, porque a concessão de guarda provisória costuma ser um processo bastante demorado”, disparou o senador, acrescentando que não abre mão de ouvir o juiz José Maria Rosário.
O senador Malta pode até ser pai de filho adotado, mas está redondamente errado ao levantar suspeitas sobre o juiz por ter este concedido a guarda provisória em curto espaço de tempo, ainda mais por suposta influência do deputado acusado de pedofilia. A guarda provisória pode ser concedida, sim, em poucos dias pelo juiz. Como também pode ser dada após alguns meses. Na prática, ela é o pontapé inicial para o processo de adoção. E não precisa ser ouvido o Ministério Público e nem de acompanhamento por uma assistente social. O Ministério Público e a assistência social só entram no decorrer do processo de adoção, esta, que não sai em menos de um ano.
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