terça-feira, 10 de março de 2009

IMPRENSA – O exemplo de Otávio Frias Filho

O site Comunique-se (http://www.comunique-se.com.br/) repercutiu a retratação do diretor de Redação da Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho, assumiu que o jornal errou ao utilizar, em editorial publicado no dia 17 de fevereiro deste ano, o termo “ditabranda” em referência ao regime militar brasileiro. Entretanto, Frias Filho manteve a posição de considerar a ditadura militar brasileira “menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena - ou que a ditadura cubana, de esquerda”, acrescenta o Comunique-se.
Segue, abaixo, a transcrição da matéria do Comunique-se.

Diretor da Folha assume que termo "ditabranda" foi um erro

Da Redação

O diretor de Redação da Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho, assumiu que o jornal errou ao utilizar, em editorial publicado no dia 17/02, o termo “ditabranda” em referência ao regime militar brasileiro. A declaração foi publicada na edição de domingo (08/02), um dia após manifestação em frente à sede do diário.
"O uso da expressão 'ditabranda' em editorial de 17/02 passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis”, afirmou.
Entretanto, Frias Filho manteve a posição de considerar a ditadura militar brasileira “menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena - ou que a ditadura cubana, de esquerda”.

Cínicos e mentirosos

Sobre i tratamento dado aos professores o Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato, que foram tratados como cínicos e mentirosos em comentário da Redação publicado no Painel do Leitor, o diretor manteve o tom.
“Para se arvorar em tutores do comportamento democrático alheio, falta a esses democratas de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os métodos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam", criticou.

Manifestação

No sábado, cerca de 300 pessoas se reuniram em frente à sede da Folha para protestar contra o editorial e prestar solidariedade aos professores Benevides e Comparato. O público era formado, em sua maioria, por familiares de vítimas da ditadura, estudantes e sindicalistas ligados à CUT. A manifestação foi organizada pelo Movimento dos Sem-Mídia, do blogueiro Eduardo Guimarães.

2 comentários :

Anônimo disse...

é isso que da´nao se fazer entender.uma palavra errada para as pessoas erradas na hora errada...

Anônimo disse...

Foi uma vitória da internet. A convocação para a manifestação não recebeu nenhuma linha na mídia impressa ou televisiva. Foi apenas a rede de blogueiros que levou essas pessoas ao ato em frente à sede da "Folha".

O blog do Azenha publicou esta notícia:

O jornal El Mundo, da Espanha, deu em seu site a notícia da agência EFE sobre o protesto do Movimento dos Sem Mídia diante da Folha de S. Paulo.


BRASIL | Numerosas reclamaciones


Los lectores obligan a un diario brasileño a reconocer su error en un editorial
Efe | Sao Paulo

El diario 'Folha de Sao Paulo', el de mayor circulación en Brasil, reconoció su error en un editorial del 17 de febrero en el que llamó a la dictadura militar (1964-1985) "dictablanda", tras una protesta el último sábado de
más de 300 personas ante la sede del periódico.

En un comunicado, el director de redacción del diario, Otavio Frías Filho, admitió que "el uso de la expresión 'ditabranda' (dictablanda) fue un error. El término tiene una connotación que choca y que no representa la
gravedad del asunto. Todas las dictaduras son igualmente abominables".

Frías Filho, sin embargo, señaló que "desde el punto de vista histórico", la dictadura brasileña, "con toda su
truculencia, fue menos represiva que sus congéneres argentina, uruguaya y chilena o que la dictadura cubana,
de izquierda, con la cual simpatizan (los manifestantes)".

Varios lectores enviaron cartas de protesta, que fueron publicadas, y 'Folha' emitió una contrarrespuesta
pidiendo igual actitud en la crítica a las dictaduras de izquierda.

Las protestas del sábado pedían que los responsables del artículo se retractaran "de rodillas" en una plaza pública y contaron con un memorando de repudio al editorial firmado por 7.000 personas, entre ellos
intelectuales como el centenario arquitecto Oscar Niemeyer y el compositor y escritor Chico Buarque.