ALEPA – A solidão de Regina Barata

É emblemático da esquizofrenia que se disseminou no governo Ana Júlia Carepa a solidão política, dentro do próprio PT, da deputada Regina Barata, notabilizada como a consciência crítica do partido na Alepa, e por isso de crescente popularidade, mas isolada politicamente, sob o estímulo do próprio Palácio dos Despachos. Ao se opor à indicação do advogado Daniel Lavareda para o TCM, o permissivo Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, afinal consumada, em um dos mais constrangedores capítulos da subserviência do Legislativo ao Executivo, Regina Barata caiu em desgraça e passou a amargar sucessivas e inomináveis retaliações. A parlamentar se opôs tenazmente à indicação de Lavareda porque este não era concursado, conforme exige a Constituição.
De temperamento forte, que frequentemente resvala para a arrogância, nem por isso Regina Barata fez por merecer o tratamento desde então recebido por parte do governo Ana Júlia Carepa. Do imbróglio resultou o esfacelamento da Sedes, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Assistência Social, da qual foram expurgados um a um todos os indicados pela deputada petista, independentemente de competência técnica. Aparelhada pela DS, hoje a Sedes patina no imobilismo, em um sucateamento que só não é pior ao que ocorre na Sead, a Secretaria de Estado de Administração, reduzida a uma casa de tolerância pelo ex-senador Ademir Andrade, atual vereador de Belém, e seu ilustre rebento, o deputado Cássio Andrade, ambos do PSB. Os dois, pai e filho, revelam-se tão desprovidos de qualquer compromisso com a eficiência da gestão pública, que foram capazes de treansformar motorista em assessor especial e a mulher do mesmo, de parca escolaridade, para a Diretoria de Patrimônio Imobiliário.