BELÉM – Festejar o que?

Belém completa nesta segunda-feira, 12, 393 anos de fundação sem ter, a rigor, o que comemorar. Maltrapilha e maltratada, refém de uma assustadora escalada da criminalidade, para a qual contribui o desemprego massivo e a qual se soma a pobreza na qual viceja mais de 50% da sua população economicamente ativa, a cidade amarga, juntamente com os que nela vivem, as conseqüências do abandono que traduz a inépcia governamental.
Convém não esquecer, porém, que essa dramática situação produz vítimas que são também cúmplices, porque desdenharam da histórica constatação de que voto não tem preço, mas conseqüência. Purgamos assim, na prática, que é efetivamente o critério da verdade, o ônus da democracia, que nos sujeita a eventuais equívocos eleitorais, diante dos quais o único alento é o caráter didático que eles embutem, ao expor o estelionato político daqueles que ludibriam a boa-fé popular com a propaganda enganosa.