segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ANA JÚLIA – Trapalhadas na comunicação

Fábio Castro: acadêmico demais, sem habilidade que o cargo exigia.

Com distanciamento histórico e cotejando com as administrações que sucederam-no, o governo Ana Júlia Carepa acabou parcialmente redimido - menos por seu eventuais méritos e mais pela inépcia do tucano Simão Jatene, que a precedeu e a sucedeu . Patologicamente indolente, após tornar-se sucessor de Almir Gabriel, em 2002, turbinado pela máquina administrativa estadual, ele elegeu-se novamente em 2010, favorecido pelo desgaste da ex-governadora petista, e ganhou um terceiro mandato em 2014, novamente valendo-se da máquina administrativa e agredindo a Justiça Eleitoral, pela qual acabou cassado, em decisão da qual recorreu e que aguarda um julgamento final.
Ao defender o seu legado, Ana Júlia cita obras que entende vitais para a mobilidade urbana, como a avenida Centenário e o elevado da avenida Júlio César, para concluir falhas na comunicação com os eleitores. “Tivemos erros, e um deles foi na comunicação”, sublinhou na entrevista ao Diário do Pará, sem se permitir, contudo, aprofundar-se na autocrítica, possivelmente para não ferir suscetibilidade, principalmente de Fábio Castro, que foi seu primeiro secretário de Comunicação. Professor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, intramuros Castro era acidamente critica por ser acadêmico demais e sem as habilidades que o cargo exigia, inclusive no trato pessoal. Já no final do governo Ana Júlia, ele foi substituído por Paulo Roberto Ferreira, um jornalista cuja maior credencial, além da proximidade com o hoje senador Paulo Rocha, era ter sido militante petista na juventude. O passado petista não impediu que Ferreira se tornasse enfant gâté de Orly Bezerra, o marqueteiro da tucanalha, a banda podre do PSDB, de quem se aproximou ao longo dos 12 anos de sucessivos governos do PSDB, entre 1995 e 2006, beneficiando-se dos seus vínculos com os inquilinos do poder.

De mais significativo em sua passagem pela Secom, a Secretaria de Comunicação, Ferreira produziu um patético café da manhã dos blogueiros com Ana Júlia Carepa, na tentativa de retocar a imagem da governadora. Isso depois de Ana Júlia, incomodada com as críticas de alguns blogueiros, ter declarado, em tom de desdém, que não costumava ler blogs. Ao fim e ao cabo, a lambança do petista de ocasião, pelo que permite concluir a desdita política da ex-governadora, serviu para evidenciar que perdura atual a advertência do Padre Vieira, em um dos seus sermões: “Quem não pergunta não quer saber e quem não quer saber quer errar.”

Nenhum comentário :