terça-feira, 28 de março de 2017

UEPA – Poupar Jatene, para não inviabilizar o pretendido aval, é o denominador comum dos candidatos a reitor

Jatene, o eleitor privilegiado, devidamente poupado pelos reitoráveis.

A preocupação em dissociar a figura do governador tucano Simão Jatene das mazelas da instituição, para não inviabilizar o pretendido aval do Palácio dos Despachos, é o denominador comum dos candidatos a reitor da UEPA, a Universidade do Estado do Pará – os professores Rubens Cardoso, Cesar Matias e Augusto Carvalho. Para além disso, a eleição tem um inesperado ingrediente, que é aparente chance real de vitória, no voto direto, de Augusto Carvalho, doutor em ciências sociais, candidato pela chapa Renova UEPA, cuja peculiaridade é não estar atrelada a partidos ou facções partidárias, na contramão dos seus adversários e das tradições históricas da universidade. Algumas das propostas de gestão de Carvalho – com promessas que embutem criação de despesas - soam fatalmente extremamente atrativas ao eleitorado, mas suscitam dúvidas sobre sua viabilidade, em um cenário de crise econômica, que sugere parcimônia e cortes de gastos. Mas o vice da chapa, professor Altem Pontes, não só contradita essa constatação, ainda que sem argumentos convincentes, como acena com a criação de uma Divisão de Projetos Estratégicos, que ficará responsável pelo monitoramento e elaboração de projetos para captação de recursos para a UEPA.
Candidato pela chapa UEPA Sempre e de perfil algo opaco, mas superlativo em arrivismo, dizem, Rubens Cardoso, um engenheiro agrônomo, vinculado ao CCNT, o Centro Ciências Naturais e Tecnológicas, é o atual vice-reitor. Além do apoio do atual reitor, Juarez Antônio Simões Quaresma – protagonista de uma gestão apontada como desastrosa, a despeito de ostentar um respeitável currículo -, tem o aval do deputado estadual tucano José Megale, atual chefe do Gabinete Civil do governo Simão Jatene. O apoio de Magale fez Cardoso ter seu nome associado ao PSDB, do que se aproveitou o candidato para disseminar a falsa versão de que seria o candidato do governador Simão Jatene, o que certamente explica sua empáfia, como parte do mise-em-scène de quem precisa fazer crer que está antecipadamente ungido reitor e próprio de quem exibe a profundidade intelectual de um livro de autoajuda. De resto, no coquetel de oportunismo que costuma caracterizar as disputas acadêmicas, Cardoso também tem o apoio de setores notoriamente fisiológicos identificados com o PT, o PSol, o PC do B, o PPS e o PMDB. Sua candidatura surgiu no vácuo criado pelo impedimento da pró-reitora de Extensão, Mariane Cordeiro Alves Franco, em sair candidata à reitoria, devido um grave problema de saúde do marido.

Formado em educação física, com doutorado em doenças tropicais, embora tido como tosco, intelectualmente e nos modos, Cesar Matias, vice-diretor do CCBS, o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, é o candidato pela chapa Muda UEPA, que surge como uma dissidência do grupo hegemônico, representado pelo atual vice-reitor, Rubens Cardoso. Sua candidatura foi encampada pelo grupo identificado com Cláudia Hage, a secretária estadual de Educação, desalojado do comando do CCSE, o Centro de Ciências Sociais e Educação, na esteira de uma desastrosa manobra política. Em conversas reservadas, ele costuma relatar que o grupo de Rubens Cardoso tentou cooptá-lo, oferecendo-lhe duas pró-reitorias, para aderir ao vice-reitor que é candidato a reitor, proposta que teria rechaçado “por questões de princípios”. Ironicamente, seus vínculos com o grupo atualmente hegemônico na UEPA representam uma fonte de desgaste na disputa pela reitoria. Seu nome é hoje associado, por exemplo, ao sucateamento do parque aquático do curso de educação física, do qual foi coordenador de 2014 a 2016.

2 comentários :

Anônimo disse...

Os Tucanos roubam tanto que nem a Veja consegue esconder!

Anônimo disse...

Um imundo desses cassado, junto com o prefeito zenada também cassado, ainda vão continuar mamando nas tetas do dinheiro público. Justiça CORRUPTA.