segunda-feira, 20 de março de 2017

MPE – Desgaste continuado





Mais, muito mais, que a sua notória ausência de pudores éticos, aparentemente conspirou contra a pretensão de Marcos Antônio Ferreira das Neves de fazer seu sucessor o continuado desgaste junto a promotores e procuradores de Justiça, na esteira de um temperamento atrabiliário. Para quem, além do poder da caneta que nomeia e demite, precisa também ser persuasivo, a arrogância do atual procurador-geral de Justiça não o faz um negociador palatável e convincente. Nada mais emblemático do seu desgaste continuado que um patético episódio, ocorrido em uma reunião do colégio de procuradores, na qual um dos seus pares - com o status de ex-procurador-geral de Justiça - arrematou contra Neves um copo, providencialmente desviado, ironicamente, por Manoel Santino do Nascimento Júnior, seu desafeto figadal.

Na ilação de alguns, feita a relação custo x benefício Neves submeteu-se a uma série de desgastes desnecessários. Primeiro, ao acintosamente nomear como assessores Gil Henrique Mendonça Farias, o namorado da filha, Mariana Silva Neves – alojada em uma sinecura no Tribunal de Contas do Pará, cujas irregularidades foram ignoradas em sua gestão -, e o sócio, advogado e amigo-de-fé-irmão-camarada André Ricardo Otoni Vieira. Depois, ao impor um vergonhoso embargo de gaveta ao parecer do promotor de Justiça Domingos Sávio Alves de Campos, declarando inconstitucional o PCCR da Alepa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Assembleia Legislativa do Pará, como parte do toma-lá-dá-cá que permitiu-lhe ver aprovados, pelos deputados, sucessivos trens da alegria, criando uma profusão de cargos comissionados, tradicionais moedas de troca no tráfico de influência e no nepotismo cruzado. Algo que Neves patrocinou sem nenhuma discrição e na contramão da exigência de concurso público que o MPE faz a prefeituras do interior, sobretudo se de partidos de oposição ao PSDB.

Nenhum comentário :