sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

MURAL – Queixas & Denúncias


Um comentário :

Anônimo disse...

Caos na Santa Casa: falta de médicos, demanda reprimida, ambulâncias voltando da porta e grávidas parindo nos corredores, no heliponto e no banheiro.

Volta a ser noticiado na imprensa local e nacional a crise no atendimento de gestantes na maternidade da Santa Casa de Misericórdia do Pará. Uma das causas mais aparentes é a superlotação, resultado da 'empurroterapia' praticadas pelos municípios do interior e pela administração da capital; onde a atenção básica e média complexidade também estão vivendo um caos e a falta de médicos e de tratamento precoce das doenças abastece um fluxo de demanda para capital.

Quando uma unidade de referência é obrigada a abrir as portas para uma enxurrada de pacientes (a maioria sem indicação de alta complexidade), então não é difícil prever que haverá falta de leitos, de médicos, etc, e o comprometimento da verba que deveria ser destinada a insumos especiais, o que compromete a qualidade do atendimento em alta complexidade.

Neste aspecto o governo Simão Jatene vai deixar um legado: hospitais grandes, destinados a atendimento de média e alta complexidade, mas que devido ao abandono da atenção básica e a moratória das UPAS e outros serviços de média complexidade acabam recebendo toda a demanda e não cumprem com os requisitos exigidos em situações especiais. Ou seja: nem uma coisa, nem outra. O estado só fez concentrar e dourar a pílula.

Outro aspecto cr+itico também mencionado nas reportagens exibidas no portal G1 é a ausência de médicos no plantão. Enquanto a direção da casa dizia que haviam quatro, os pacientes confirmavam a presença de apenas um profissional. Quanto a este problema, em 2014 postei comentário neste espaço sugerindo ao governador requisitar as filmagens das câmeras instaladas na Santa Casa e cruzar os dados com o Portal da Transparência, para constatar que tem profissional acumulando dezenas de plantões e cargas horárias concomitantes impossíveis de serem acumuladas, entre hospitais públicos e OSs.

Gestantes com hemorragias foram mandadas de volta para casa porque o 'protocolo' não permitia a realização de cirurgia de noite (e tem hora certa para entrar em trabalho de parto?). O que estas gestantes deveriam saber é que além de haver profissionais recebendo muito bem pelo plantão para faltar ao serviço, também também tem gente ganhando muito bem por sobreaviso gracioso para estas situações e nunca aparecem quando deviam, preferindo se justificar atrás do tal protocolo.

Não é pouco dinheiro o que a Santa Casa gasta com plantões e sobreavisos para deixar o público usuário em pânico. E tudo pode ser revertido com uma caneta.