segunda-feira, 3 de outubro de 2016

ELEIÇÕES – Caos institucionalizado



Para além do estelionato publicitário que mascara a sua avassaladora incompetência administrativa e do oba-oba do jornalismo bajulativo, regiamente recompensado pela subserviência, a administração do prefeito Zenaldo Coutinho não resiste a uma auditoria. Sua inépcia é inocultável e dela resulta o caos institucionalizado. Belém, convém lembrar, é a terceira pior cidade para se viver em termos de qualidade de vida, dentre as capitais brasileiras, atrás apenas de Macapá e Porto Velho, segundo critérios que consideram mobilidade urbana, condições ambientais e habitacionais, infraestrutura e serviços coletivos urbanos. A cidade figura em segundo lugar no ranking das 10 piores capitais brasileiras em matéria de IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano, atrás apenas de Macapá. Belém também está incluída entre as 10 cidades brasileiras com os mais precários índices de saneamento básico. Segundo o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em um levantamento feito com base no censo de 2010, pelo menos um terço da população da cidade não sabe o que é ter rede de esgoto em casa. A capital paraense lidera o ranking de cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes que não dispõem de redes de esgoto e que mais acumula lixo pelas ruas. Juntamente com Manaus, é também a cidade brasileira com menor percentual de arborização urbana. Em 44,5% das residências de Belém há um esgoto a céu aberto passando na porta.

Em Belém, convém lembrar, 5.700 crianças de até cinco anos de idade começaram o ano sem vagas em creches em 2016, conforme projeções da própria Semec, a Secretaria Municipal de Educação. Em termos de saúde pública, o incêndio do Pronto-Socorro Municipal da travessa 14 de Março é emblemático do descaso oficial, apesar das cobranças e advertências prévias do Ministério Público Federal e do Sindicato dos Médicos do Pará, solene e criminosamente ignoradas pelo prefeito. Disso resultou Belém passar a dispor apenas, por um longo período, do PSM do Guamá, no qual a superlotação e as precárias condições de funcionamento levaram a cenas degradantes, com pacientes sendo atendidos na calçada. No quesito saúde pública, o município segue o padrão de sucateamento do estado: ainda em janeiro do ano passado, a Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, reconheceu um déficit de seis mil leitos hospitalares. O sucateamento da segurança pública, de resto, ilustra a degradação imposta à capital paraense. No ranking das capitais mais violentas do Brasil, Belém figura em sétimo lugar, superada apenas por Fortaleza, Maceió, São Luís, Natal, João Pessoa e Teresina. Belém também figura no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo.

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