sexta-feira, 5 de agosto de 2016

ELEIÇÃO – A vitória, na contramão das pesquisas

A militância petista, que vermelhou Belém em 1996, com Edmilson.

A eleição de Edmilson Rodrigues como prefeito de Belém, em 1996, contrariou todas as expectativas, alimentadas pela grande imprensa e, particularmente, pelas pesquisas de intenção de voto do Ibope, veiculadas pelo jornal O Liberal e pela TV Liberal, afiliada da TV Globo. Até a penúltima delas, as pesquisas sinalizavam para uma polarização entre Ramiro Bentes, do PDT, o candidato do prefeito Hélio Gueiros, então rompido com o ex-governador Jader Barbalho, e a deputada federal Elcione Barbalho, do PMDB, ex-mulher do morubixaba da legenda peemedebista no Pará.
Já às vésperas das eleições, a derradeira pesquisa de intenção de voto apontava a vantagem de Edmilson Rodrigues, o candidato do PT, incendiando a militância petista. A partir daí Belém vermelhou e o candidato petista acabou eleito no segundo turno, com 244.340 votos, contra 102.996 votos de Ramiro Bentes, o candidato apoiado pelo prefeito Hélio Gueiros. Para muitos analistas políticos, a ascensão eleitoral de Edmilson refletiu a ânsia do eleitor por novas alternativas, capazes de abrir novas perspectivas e escapar das disputas paroquiais, com ênfase para a queda de braço entre Jader Barbalho e Hélio Gueiros, decisivo para a vitória do tucano Almir Gabriel na sucessão estadual de 1994, derrotando Jarbas Passarinho, o candidato do PDS, com o apoio do PMDB. Em 1994, após abreviar seu segundo mandato como governador, Jader Barbalho elegeu-se para o Senado.

Na sucessão de 2000, Edmilson Rodrigues, além de estar com a popularidade em alta, mandou os escrúpulos às favas e contrapôs a utilização da máquina administrativa municipal ao escancarado uso da máquina administrativa estadual, comandada pelo então governador tucano Almir Gabriel, em favor de Zenaldo Coutinho (PSDB/PTB/PPB/PRP/PTdoB/PST/PMN), e Duciomar Costa (PSD/PL/PDT/PV), o nefasto Dudu. Candidato pela coligação que agregou PT/PSB/PPS/PCdoB/PCB, Edmilson derrotou no segundo turno o nefasto Dudu, apesar do ostensivo apoio do governo Almir Gabriel, cujo candidato preferencial, Zenaldo Coutinho, teve um desempenho eleitoral pífio e, fora da disputa, optou por apoiar Duciomar Costa. Dudu, eleito em 2004 e reeleito em 2008, sempre com a utilização escandalosa da máquina administrativa, foi protagonista de uma administração calamitosa, só superada, em matéria de inépcia e imobilismo, pelo seu sucessor – ironicamente, Zenaldo Coutinho.

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