quinta-feira, 2 de junho de 2016

UFPA – “Temos o apoio indiscutível da maioria das lideranças da UFPA”, assegura, confiante, Tourinho

Tourinho: "Represento o projeto de uma universidade suprapartidária".

“Minha campanha e do meu parceiro, candidato a vice-reitor, professor Gilmar Pereira da Silva, é integralmente financiada com recursos próprios e doações voluntárias de professores e técnicos da UFPA. Não há uso da máquina administrativa da universidade em favor de nenhum candidato, como atesta o vazio das insinuações, que nunca passam disso. A participação de membros da comunidade na nossa campanha só é mais volumosa do que nas dos outros candidatos porque temos maior adesão. Temos apoio indiscutível da maioria das lideranças políticas, acadêmicas, científicas, estudantis e intelectuais da UFPA e isso decorre simplesmente do reconhecimento do trabalho que realizamos e da confiança de que continuaremos a trabalhar com o melhor espírito público, interessados no fortalecimento da UFPA como instituição acadêmica e científica e comprometidos com a sua integração ao processo de desenvolvimento econômico e social do Pará.”
A declaração, que traduz uma confiança situada na tênue fronteira que separa a convicção da soberba, é do professor Emmanuel Zagury Tourinho, 53, ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e candidato a reitor da UFPA, com o ostensivo apoio do ex-reitor Carlos Maneschy, de passado turbulento e que renunciou ao cargo, para sair candidato a prefeito de Belém pelo PMDB, sob o patrocínio do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará, cujo nome é associado a recorrentes denúncias de corrupção, com ênfase para os escândalos do Banpará e Sudam, além da súbita evolução patrimonial. Ostentando os títulos de mestre em psicologia social pela PUC de São Paulo e doutor em psicologia experimental pela USP, obtidos em 1988 e 1994, respectivamente, ele é professor titular da UFPA, onde atua no curso de pós-graduação em teoria e pesquisa do comportamento, coordenando ainda o grupo de pesquisa em análise do comportamento: pesquisa conceitual, básica e aplicada. A despeito dos seus títulos e méritos acadêmicos, o escancarado apoio de Maneschy à sua candidatura rendeu a Tourinho não apenas a condição de favorito na sucessão da UFPA, mas também a acusação recorrente, disseminada intramuros, de ser beneficiado pela máquina administrativa, que permaneceria sob o controle do ex-reitor, via Horácio Schneider, o vice que tornou-se reitor. Trata-se de uma denúncia que o candidato rebate com veemência, em tom de indignação, no que seus adversários interpretam como mise-en-scène no limite da desfaçatez. Ele reage com a mesma indignação diante das suspeitas de que possa favorecer o atrelamento da UFPA ao projeto político-partidário do ex-reitor Carlos Maneschy. “Quanto aos compromissos políticos, represento o projeto de uma universidade suprapartidária, como tem sido a UFPA até hoje. Pretendo dialogar com todos os que se dispuserem a ser parceiros da instituição, contribuindo para a realização de sua função social. Dialogarei, portanto, com os senadores Jáder Barbalho (a quem, a propósito, ainda não tive a oportunidade de ser apresentado), Paulo Rocha e Flexa Ribeiro. Dialogarei com todos os deputados estaduais e federais, com o governador do Estado, com prefeitos de todos os municípios onde a UFPA mantém atividades ou poderá vir a atuar. Colocarei sempre o interesse institucional em primeiro lugar, como compete a um reitor que esteja no cargo pelo compromisso com a universidade”, assinala, na entrevista concedida ao Blog do Barata, na qual elenca suas prioridades em termos de compromissos de gestão. “Em primeiro lugar, qualificar o ensino de graduação, promover na graduação o mesmo salto de qualidade que conseguimos realizar na pós-graduação ao longo dos últimos sete anos. Em segundo lugar, modernizar o sistema de gestão, descentralizando processos, otimizando o uso dos recursos disponíveis e investindo fortemente na qualificação de pessoal. Em terceiro lugar, promover maior interação da universidade com os governos, movimentos sociais e organizações não governamentais, visando colocar a competência acadêmica, científica e tecnológica da UFPA à serviço da resolução dos grandes problemas da nossa sociedade”, antecipa, ao elencar suas prioridades mais imediatas, se eleito reitor.
De resto, Tourinho reitera sua fidelidade ao seu patrono político, o ex-reitor Carlos Maneschy, avalista de sua candidatura. “Tenho orgulho de ter integrado a equipe de trabalho do professor Carlos Maneschy, que inegavelmente fez uma excelente gestão. Gozo também da sua amizade e de sua confiança para sucedê-lo na função de reitor da UFPA, o que muito me honra”, proclama, na entrevista ao Blog do Barata.

Como o senhor avalia qualitativamente a UFPA, hoje, e quais suas propostas para dinamizar a instituição e melhorar a qualidade do ensino, em um cenário de grave crise econômica, com seus naturais reflexos nos orçamentos das instituições de ensino superior públicas?

Somos uma universidade bem estruturada, com excelentes indicadores acadêmicos e científicos. Entretanto, como todas as universidades brasileiras, em contraste com as universidades centenárias dos países desenvolvidos, somos uma universidade jovem, ainda em construção. Temos uma pós-graduação que já se destaca como uma das melhores e mais abrangentes do país, fruto de um trabalho continuado de investimento em sua qualificação. Na graduação, avançamos muito, mas temos os mesmos problemas de outras universidades brasileiras, que vêm de um modelo de formação muito centrado no ensino tradicional de sala de aula. Pretendemos estimular e apoiar uma mudança pedagógica, acompanhando iniciativas que começam a ser adotadas por outras boas universidades brasileiras. Pretendemos investir em metodologias de ensino ativas, acompanhadas da construção, atualização e modernização de laboratórios de ensino, laboratórios de atividades práticas e bibliotecas. Vamos estimular a adoção de percursos curriculares que, além de uma sólida formação teórica, atribuam maior espaço e valor ao envolvimento dos discentes com projetos de pesquisa e de extensão, atividades de laboratório, atividades práticas e treinamento em espaços de atuação profissional. Os currículos também precisam estimular a interdisciplinaridade e devem ser mais flexíveis, permitindo que os discentes elejam o percurso acadêmico e as interlocuções que mais se aproximam de seus interesses intelectuais e de sua vocação profissional. Mudanças desse tipo requerem, mais do que recursos, uma visão avançada do papel da universidade na sociedade contemporânea. Precisamos oferecer um ambiente de formação estimulante e desafiador, que coloque o aluno em contato com os grandes problemas da sociedade e que o ensine a pensar com as ferramentas intelectuais mais avançadas e a formular soluções criativas.

Como qualquer universidade federal, obviamente a UFPA tem suas mazelas, que contra ela conspiram. Quais as principais dessas mazelas e como, a curto ou médio prazo, aplacá-las, de modo a garantir aquele mínimo de excelência que se espera de uma academia?

A UFPA não tem mazelas, tem dificuldades e limitações de uma instituição jovem, ainda em construção, que se desenvolve em um ambiente social extremamente desafiador, com acentuada pobreza e a desigualdade. Realizamos um trabalho de dimensões extraordinárias, com recursos que são limitados, consideradas todas as nossas ações. Temos doze campi espalhados por um território continental. Esses campi são responsáveis pela oferta de cursos de graduação e pós-graduação em outras dezenas de municípios. Apenas com o nosso programa de formação de professores da educação básica (Parfor), oferecemos graduação em sessenta municípios do Pará. Já formamos três mil e quinhentos professores municipais e estaduais e temos, hoje, outros dez mil alunos nesses cursos. Levamos a pós-graduação a Bragança, Castanhal, Altamira, Ananindeua, Cametá e Tucuruí. Em cada município, a pesquisa desenvolvida focaliza problemas fundamentais relacionados ao desenvolvimento local, subsidiando a construção de soluções para a geração de riqueza e renda. Mantemos dois hospitais universitários que oferecem serviços de alta complexidade, alguns deles em áreas não atendidas por nenhum outro hospital no estado. Atendemos (além do Parfor) cerca de quarenta mil alunos em graduações que abrangem todas as grandes áreas de conhecimento, além de outros seis mil alunos em cento e dez cursos de mestrado e doutorado. Formamos pesquisadores e docentes para todas as instituições da Amazônia, desenvolvendo pesquisa científica e tecnológica de ponta e voltada para a realidade regional. Nesse cenário, o que mais se destaca não são as nossas limitações, mas tudo o que conseguimos oferecer à sociedade, mesmo não contando com as condições ideais. Nossas principais limitações ainda são o número insuficiente de técnicos e docentes (comparativamente menor, inclusive, do que algumas das outras universidades federais), a infraestrutura física e de serviços dos campi (em alguns, sequer temos internet estável e de qualidade, a despeito do esforço institucional para oferecê-la) e a falta de autonomia para a execução financeira dos recursos recebidos. Também precisamos modernizar a gestão para descentralizar processos hoje acumulados na administração superior e investir continuadamente na qualificação dos nossos servidores, preparando-os para uma dinâmica mais eficiente de atendimento à comunidade interna e externa.

“Somos uma universidade bem estruturada,
com excelentes indicadores acadêmicos e
científicos. Entretanto, em contraste com as
universidades centenárias, somos uma
universidade jovem, ainda em construção.”

Na esteira do Reuni, os campus da UFPA transformaram-se em canteiros de obras, multiplicando suas unidades físicas, mas sem a contrapartida de concursos públicos capazes de atender a previsível demanda por mais pessoal de apoio técnico e professores. Se eleito reitor, como o senhor pretende administrar esse descompasso?

O Reuni foi um programa fundamental para a expansão da educação superior pública no país. Com ele, a oferta de vagas nas universidades federais quase dobrou, gerando oportunidades novas para meio milhão de jovens que, de outro modo, estariam excluídos da educação superior. As políticas de inclusão adotadas ao longo de sua implantação representaram uma contribuição fundamental para o combate à exclusão e à desigualdade. Na UFPA, o Reuni possibilitou principalmente a expansão da oferta de vagas nos campi do interior, exatamente em regiões onde há menor número de oportunidades para os jovens. Ou seja, os ganhos com o Reuni não foram triviais e merecem o reconhecimento de todos. Por outro lado, é verdade que há problemas a serem resolvidos e esses não se limitam à questão de pessoal. Além das obras, a UFPA recebeu, com o Reuni, mais quinhentos e treze docentes e mais cento e dezesseis técnicos. Essas vagas, porém, são insuficientes, considerando as atribuições docentes com ensino, pesquisa e extensão, com a criação de cursos de pós-graduação e com atividades de gestão acadêmica. O número de vagas para técnicos, por seu turno, está em descompasso com a expansão do corpo docente e das atividades acadêmicas. Além de mais vagas para docentes e técnicos, precisamos de mais recursos para investimento. Pretendemos lutar por isso em várias frentes. Na negociação direta com o MEC, procuraremos demonstrar os resultados alcançados pela UFPA, que justificam o novo apoio. Na Andifes, trabalharemos por uma atuação conjunta dos reitores das universidades federais, em favor de um programa de atualização do Reuni, voltado à consolidação dos resultados iniciais do programa. Em outra frente, pretendemos dialogar com os demais reitores das universidades federais da Amazônia, com vistas à construção de uma agenda específica para a região, para a qual pode-se obter a adesão de lideranças acadêmicas e políticas importantes nos cenários regional e nacional.

Se eleito, quais as medidas que o senhor contempla para contornar o descompasso hoje existente, em matéria de nível, entre a graduação, que pela avaliação do ENAD está abaixo da média nacional, e a pós-graduação, que pela avaliação da Capes atinge níveis de excelência? O porquê disso, na sua opinião, é o que fazer, de imediato, para superar essa discrepância?

O primeiro aspecto a notar é o reconhecimento do extraordinário sucesso da pós-graduação da UFPA, conseguido com políticas consistentes e com a dedicação de todos os gestores, técnicos e docentes envolvidos. Esse resultado é ainda mais expressivo considerando-se a condição de assimetria nos investimentos públicos em pesquisa e pós-graduação, que têm continuadamente penalizado a Amazônia. É preciso ficar claro que esse sucesso da pós-graduação da UFPA não é um problema, como sugerem alguns críticos, mas, ao contrário, constitui uma grande realização da instituição. Secundarizar esse avanço com o argumento de que há uma preocupação com a graduação contraria qualquer noção moderna do que é uma universidade. Quanto à graduação da UFPA, inicialmente, é importante dizer que não está abaixo da média nacional. Ao contrário, por todos os indicadores, estamos muito acima da média e tivemos progressos nos últimos anos, a exemplo do avanço do nosso Índice Geral de Cursos (IGC) para a nota 4. Como apontado acima, porém, há problemas a serem solucionados na graduação, em grande parte relacionados ao nosso modelo de formação. Entre outras dificuldades, temos tratado a extensão e a pesquisa como algo diferente do ensino, quando, em uma universidade, são prioritariamente atividades de formação dos discentes. Em alguns cursos, ainda persiste a ideia de que a formação se dá principalmente em salas de aula, com atividades tradicionais em que o aluno é pouco ativo. Por outro lado, os cursos que inovam não têm contado com políticas institucionais que dêem o suporte para novas práticas pedagógicas. Nossos alunos que participaram do programa Ciências sem Fronteiras relatam que a principal diferença que encontraram nas universidades frequentadas (algumas das melhores do mundo) é que lá há pouca aula tradicional e os alunos passam a maior parte do tempo em laboratórios e/ou atuando em projetos. Isso pode ser feito aqui, com as devidas adaptações à nossa realidade. Entre outras coisas, precisamos incorporar a extensão e a pesquisa à rotina da formação na graduação. Não há universidades com excelente ensino de graduação sem uma pós-graduação forte, mas sempre que a pesquisa é negligenciada tem-se esse afastamento entre graduação e pós-graduação. As mudanças necessárias incluem, ainda, o investimento no sistema de bibliotecas, o ensino de línguas estrangeiras e o incremento dos programas de mobilidade.

Qual a sua postura em relação ao Prouni, diante das críticas, de vastos setores acadêmicos, de que o programa acaba por privar a universidade pública de maiores recursos, para beneficiar, com isenções fiscais, os barões da educação?

Como todos, eu entendo que os recursos envolvidos no Prouni, decorrentes da renúncia fiscal do Estado em relação a alguns tributos, deveriam ser arrecadados e direcionados para o sistema público de educação superior. Mas acabar com o Prouni, que tem possibilitado o acesso à graduação para milhares de alunos carentes, por si só, não garante nem o recolhimento dos tributos, nem a sua aplicação na educação pública. Do mesmo modo que o governo anistiou dívidas em troca de bolsas de estudo para alunos carentes, outras medidas legais poderiam levar a uma anistia fiscal sem igual contrapartida. Ou seja, o problema pode ser mais complexo do que parece à primeira vista. Defendemos recursos públicos para a educação pública, mas não somos ingênuos a ponto de achar que acabar com o Reuni vai garantir o que defendemos, ao passo que é certo o prejuízo para os jovens hoje atendidos pelo programa.

“[Pretendo] promover na graduação o
mesmo salto de qualidade que conseguimos
na pós-graduação. Modernizar o sistema de
gestão. Promover interação com
governos, movimentos sociais e ONGs.”

Elencando em ordem decrescente, quais serão as prioridades mais imediatas de sua administração, se eleito reitor da UFPA?

Em primeiro lugar, qualificar o ensino de graduação, promover na graduação o mesmo salto de qualidade que conseguimos realizar na pós-graduação ao longo dos últimos sete anos. Em segundo lugar, modernizar o sistema de gestão, descentralizando processos, otimizando o uso dos recursos disponíveis e investindo fortemente na qualificação de pessoal. Em terceiro lugar, promover maior interação da universidade com os governos, movimentos sociais e organizações não governamentais, visando colocar a competência acadêmica, científica e tecnológica da UFPA à serviço da resolução dos grandes problemas da nossa sociedade.

Como o senhor se posiciona diante do governo Michel Temer, e mais particularmente sobre os limites de gastos proposto pelo novo presidente, com óbvios reflexos na educação?

Penso que a sociedade brasileira encontra-se, hoje, bastante consciente da importância do investimento público em educação para a construção de um futuro digno para o país. Não creio que qualquer governo tenha força para mudar isso e impor restrições consideráveis. Se você observar bem, toda vez que são anunciados cortes no orçamento, lideranças de todas as áreas reagem defendendo recursos para a área de educação (o mesmo não acontece, por exemplo, com a área de ciência e tecnologia, infelizmente). Isso não quer dizer que não teremos dificuldades, mas estou confiante na capacidade de mobilização dos atores sociais comprometidos com a construção de uma nação de cidadãos. A metas do Plano Nacional de Educação são muito explícitas em relação aos obstáculos que precisamos vencer, se quisermos, em um prazo de dez anos, aproximar o Brasil das nações desenvolvidas. E apenas com forte investimento público isso será possível. Tenho também a expectativa de que, ao longo desse processo, se venha a entender que não há educação de qualidade, em nenhum país do mundo, sem trabalhadores da educação bem remunerados.

A sua candidatura emerge com o apoio explicito do atual reitor, acusado de promover um golpe, com a antecipação da sua sucessão, com o agravante das recorrentes denúncias de utilização da máquina administrativa para fazê-lo seu sucessor. O quer o senhor tem a dizer a respeito?

Tenho orgulho de ter integrado a equipe de trabalho do professor Carlos Maneschy, que inegavelmente fez uma excelente gestão. Gozo também da sua amizade e de sua confiança para sucedê-lo na função de reitor da UFPA, o que muito me honra. Os que dizem que sua renúncia representa um golpe são os mesmos que há quatro meses vêm fazendo campanha para sucedê-lo. Isto é, a acusação é apenas discurso de campanha. Tem formalmente a aparência de uma defesa nobre da democracia na UFPA, mas cumpre apenas a função de chamar a atenção para outros atores que desejam ocupar o lugar do reitor. A renúncia é um direito pessoal, prevista em lei, que ocorre com frequência nas universidades federais (em parte, porque muitos reitores são convidados para ocupar outras funções públicas) e que pode ser tratada com o melhor instrumento da democracia: a escolha do sucessor pelo voto. Ninguém, com suficiente honestidade intelectual, pode dizer que há um golpe quando a saída de quem está no cargo é voluntária e a escolha do seu sucessor se dá pelo voto. Logo após a decisão de concorrer ao cargo de reitor, solicitei exoneração do cargo de pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e passei a me dedicar à campanha nas mesmas condições que os concorrentes. Minha campanha e do meu parceiro, candidato a vice-reitor, professor Gilmar Pereira da Silva, é integralmente financiada com recursos próprios e doações voluntárias de professores e técnicos da UFPA. Não há uso da máquina administrativa da universidade em favor de nenhum candidato, como atesta o vazio das insinuações, que nunca passam disso. A participação de membros da comunidade na nossa campanha só é mais volumosa do que nas dos outros candidatos porque temos maior adesão. Temos apoio indiscutível da maioria das lideranças políticas, acadêmicas, científicas, estudantis e intelectuais da UFPA e isso decorre simplesmente do reconhecimento do trabalho que realizamos e da confiança de que continuaremos a trabalhar com o melhor espírito público, interessados no fortalecimento da UFPA como instituição acadêmica e científica e comprometidos com a sua integração ao processo de desenvolvimento econômico e social do Pará.

“Quanto aos compromissos políticos,
represento o projeto de uma universidade
suprapartidária. Pretendo dialogar com
todos os que se dispuserem a ser parceiros
da UFPA, contribuindo para sua função social.”

Sem embargo dos seus méritos pessoais e acadêmicos, há um temor generalizado, entre seus adversários, de que o senhor, se eleito, possa ser um títere do ex-reitor Carlos Maneschy, hoje politicamente a reboque do PMDB, sob o aval do senador Jader Barbalho e com claras pretensões políticas, que certamente extrapolam a candidatura a prefeito de Belém. O senhor é, como acusam alguns dos seus críticos, um pau-mandado do ex-reitor? O que o distingue do seu patrono político?

Em primeiro lugar, é honroso saber que a comunidade da UFPA reconhece os meus méritos acadêmicos e pessoais. As universidades brasileiras necessitam, para o seu desenvolvimento, de gestores que tenham o reconhecimento acadêmico e o respeito ético de seus pares. A propósito da minha qualificação acadêmica, aproveito para esclarecer que a bolsa de produtividade em pesquisa, que recebo do CNPq, é um benefício destinado aos pesquisadores com produção científica regular e de qualidade. Trata-se de uma distinção alcançada pelos melhores pesquisadores brasileiros, legalmente acumulável com o salário de professor e que pode ser mantida durante o exercício da função de pró-reitor (o que aliás, ocorreu com os pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA que me antecederam e com a pró-reitora que me sucedeu). Quanto aos compromissos políticos, represento o projeto de uma universidade suprapartidária, como tem sido a UFPA até hoje. Pretendo dialogar com todos os que se dispuserem a ser parceiros da instituição, contribuindo para a realização de sua função social. Dialogarei, portanto, com os senadores Jáder Barbalho (a quem, a propósito, ainda não tive a oportunidade de ser apresentado), Paulo Rocha e Flexa Ribeiro. Dialogarei com todos os deputados estaduais e federais, com o governador do Estado, com prefeitos de todos os municípios onde a UFPA mantém atividades ou poderá vir a atuar. Colocarei sempre o interesse institucional em primeiro lugar, como compete a um reitor que esteja no cargo pelo compromisso com a universidade. Isso não surpreenderá ninguém na UFPA, pois todos conhecem tanto a minha índole como a do professor Maneschy, assim como o respeito com que tratamos um ao outro. Como você mesmo afirma, tenho recebido a confiança da comunidade da UFPA pelos meus méritos, não por desqualificar qualquer outro candidato. Penso que todos deveriam agir do mesmo modo.

A UFPA acaba por refletir a sociedade na qual está inserida, o que talvez explique ter sido contaminada pelos vícios da política partidária, nela presentes no rastro da redemocratização do país e visíveis nas disputas registradas a cada troca de guarda. O quer pode ser capaz de promover, no âmbito da universidade, uma faxina ética capaz de sobrepor a excelência a conveniências eleitoreiras, varrer a impunidade determinada pelo corporativismo e privilegiar o contraditório?


A UFPA tem conseguido manter-se uma instituição suprapartidária, com uma agenda pautada por sua missão na sociedade, o que tem possibilitado dar uma contribuição inigualável, seja pelo número de profissionais formados, pela ciência nela produzida, pelos incontáveis serviços prestados, ou pela interação cotidiana com as mais variadas organizações. Nela, buscamos formar não apenas profissionais, mas cidadãos e novas lideranças para a sociedade. A participação política é inerente à vida na universidade (aqui e no mundo todo). A militância partidária também está presente na UFPA porque a UFPA é parte da sociedade. Não há nada de errado nisso, desde que sejamos capazes de discernir as fronteiras entre o interesse institucional e os interesses partidários. A excelência acadêmica tem prevalecido nos processos institucionais, como demonstram os vários resultados positivos alcançados pela instituição nos últimos anos. O que precisamos ficar atentos é para o papel a ser desempenhado pela UFPA no campo do pensamento e das ideias: a universidade é local onde todos os sistemas de crença, todas as ideologias, todas as reivindicações a conhecimento são bem-vindas; é, ao mesmo tempo, o espaço onde todos esses discursos devem ser cotidianamente submetidos ao inquérito crítico, com as mais refinadas ferramentas intelectuais do pensamento contemporâneo. 

12 comentários :

Anônimo disse...

O Prof Tourinho é um candidato de conciliação. Ele permite o diálogo franco e abre a mesa de negociação para todas as tendências e correntes da vida política da UFPA. Conseguiu a mágica de fazer o PT apoiar o reitor Maneschy e, portanto, o PMDB, à prefeitura de Belém. E isso em pleno "golpe". É o candidato da conciliação, porque aproxima esses irmãos estremecidos que são o PT e o PMDB. E é o candidato da negociação: porque permite, com o pretexto da imparcialidade acadêmica, que petistas e peemedebistas voltem a sentar na mesma mesa para negociarem seus interesses comuns.

Anônimo disse...

Mentira deslavada do anônimo das 14:09,Tourinho é da ala PTista caviar e logo um tarefeiro de maneschy,basta olhar as fotos de seus apoiadores que estão no face,são sempre os mesmos de sempre,o velho edir,apolinario enrolão,jeferson galvão o oportunista e agora o tal de rubens camelô menino criado nas asas desse bando já bastante conhecido de todos nós.

Portanto emanuel tourinho não passa de um ungido mal parido fabricado nos gabinetes do terceiro andar da reitoria e que a academia já conhece muito bem essa historia,é só lembrar de Fiúza o imbatível quando lançou a sua sucessão um verdadeiro posto e que tinha o apoio de todos e não conseguiu dar luz

Anônimo disse...

O Candidato Tourinho não deveria se gavar em ser candidato da conciliação política entre PT e PMDB, ele não é candidato para a Assembleia Legislativa. Está errado! é candidato a reitor da UFPA. Para ser reitor deve ter uma grande capacidade de gestão. Administrar recursos escassos e saber priorizar. Isso foi o que faltou na gestão do Tourinho. Ele é ruim de gestão, pode ser bom Psicólogo, isso não é suficiente.
O Ruim da Chapa Tourinho é que se repetem os mesmos assessores do Maneschy. Mais 8 anos com esses servidores de eles mesmos?
Os professores tem falado que querem caras novas, jovens, com visões novas de como administrar uma universidade. Esses funcionários estão viciados.
Vamos mudar!!
Ortiz é a melhor opção, foi o braço direito do Maneschy!

Anônimo disse...

Prof. Emmanuel candidato da conciliação?? Ah, faça-me o favor, só se for da conciliação de deixar tudo como está. Dizer que tem o apoio indiscutível das lideranças da Ufpa. No caso dos técnicos, que liderança tem servidores como Apolinário, Edir, Jefferson e tantos outros velhos conhecidos na Ufpa, pois sempre querem se dar bem, agora manda mostrar trabalho. Só se foi essa conciliação que estão falando, a de não mexer com esses ptistas inutéis, em troca do apoio a sua candidatura.
Como disse o anônimo das 21:23, ele até pode ser um bom psicólogo, mas como administrador tem muito que aprender, inclusive tem que aprender a gerir bem os recursos e administrar para todos, não apenas para os da "panelinha"
Hei Barata, dizem que o prof. Maneschy deixou a reitoria, mas mantêm uma sala no prédio da reitoria, usando a estrutura da ufpa em favor da sua candidatura. Pode isso sr juiz???

Anônimo disse...

O idolo de barro de maneschy começa a cair diante de si mesmo e de seus
adoradores da ponta,a ratualha deixado pelo ex reitor,começa a entrar
em panico diante do avanço de edson ortiz.

Anônimo disse...

Tourinho reitor significa a partidarização da UFPA. Pior: a transformação da UFPA em máquina eleitoral para a carreira política de Manesqcy. E a coisa não acaba nas eleições para a prefeitura de Belém (nas quais Maneschy dificilmente será eleito). Ela continua nas eleições seguintes, quando ele virá para deputado federal, sempre contando com seucabo eleitoral maior, que é o Tourinho. É triste ver a universidade pública fazendo esse papel, servindo de escada eleitoral para o senhor Jader Barbalho e sua familia. E verdade seja dita: Maneschy articulou direitinho, porque neutralizou o PT na UFPA e, dizem, também o Psol, porque a Vera Jacob acaba sendo oposição só da boca dela pra fora. Pra dentro, ela defende os interesses de Maneschy. Quanto ao PT é até piada., Depois de apoiar Tourinho o partido acaba na UFPA, porque fica totalmente sem credibilidade.

Anônimo disse...

Não cola essa papo de que a UFPA é uma instituição suprapartidária. A candidatura do Tourinho aparelha o PMDB. Ela é um instrumento do projeto Maneschy: eleição para a prefeitura em 2016, eleição para deputado federal em 2018. A jogada do Maneschy foi um golpe de mestre, à la Barbalho: encontrou um nome que pode enganar os trouxas com sua aparente "neutralidade" e enrolou o pessoal do PT que está apoiando do Tourinho. Esses daí até já devem ter percebido onde se meteram, mas agora já ficou tarde para abandonarem o barco.

Anônimo disse...

O apoio do PT ao Tourinho e ao PMDB é escandaloso. Sentimos vergonha sim e não esqueceremos!

Anônimo disse...

O PT está sentindo vergonha de ver filiados seus apoiarem o Tourinho. Apoiar o Tourinho é apoiar o elitismo, a visão de uma universidade para os ricos e da meritocracia e a subserviência aos interesses partidários do PMDB. Agora estamos vendo quem é PT de verdade!!!!

Anônimo disse...

O candidato é sem carisma. Ele atua como uma sombra fria e noturna e está atado à candidatura do do Maneschy a prefeitura de Belém. Junto com ele está o PT oportunista. Ao lado oposto, está a candidatura alegre e festiva do Ortiz, onde abunda o carisma.

Anônimo disse...

Ao lado de Tourinho e Ortiz ficam o dinheiro de propina das empreiteiras e do PMDB/PT paraense, isso é claro, vejam o material de propaganda derramado com dinheiro público na campanha dos 2 candidatos na UFPA

Anônimo disse...

Até a tal Juventude acabou escrachando a si mesma. Ao escolher apoiar o padrasto levou de lambuja o apoio ao PMDB. Vai ficar sem moral para escrachar o golpe!