segunda-feira, 6 de junho de 2016

UFPA – Privilégios e atraentes salários em jogo

Amorim (à esq.), com Maneschy: no epicentro das denúncias de coação.

Todo esse vale-tudo eleitoral decorreria da preocupação, por parte dos prepostos do ex-reitor Carlos Maneschy, em preservar a fonte de privilégios emanada da cúpula regional da Ebserh, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a qual cabe administrar o complexo hospitalar universitário da UFPA, que inclui os hospitais João de Barros Barreto e Bettina Ferro de Souza. Em 25 de novembro de 2015 Maneschy obteve a nomeação, como superintendente no Pará da Ebserh, do médico e psicólogo Paulo Amorim, ex-diretor do Bettina, cargo exercido de janeiro de 2011 até novembro de 2015. Na época, ele declarou ter como o seu “grande desafio” a tarefa de “retirar os hospitais universitários da condição de degradação e desnaturação de seus atendimentos para colocá-los na linha de vanguarda”.

Ocorre que a despeito do respeitável currículo, Amorim é acusado de patrocinar a “caça às bruxas” nos hospitais universitários, na esteira da sucessão do ex-reitor da UFPA, supostamente movido pela preocupação de preservar um feudo político do grupo identificado com Maneschy. Os privilégios em jogo não são poucos, conforme relatam fontes do Barros Barreto e do Bettina. Embolsando um salário mensal de R$ 19.858,15, Amorim “comanda uma estrutura administrativa muito bem paga”, que privilegia os cargos comissionados. Os salários são definidos como “extremamente atraentes” para o mercado de Belém: gerência, R$ 17.566,73; auditor, R$ 12.220,33; ouvidor, R$ 4.582,74; chefes de divisões, R$ 12.220,33; chefes de setores, R$ 8.401,47; e chefes de unidade, R$ 4.582,74. O temor em perder essas regalias e as benesses do poder, por parte dos beneficiários delas, serviria de combustível para o clima de terrorismo eleitoral instalado nos hospitais universitários, salientam ainda as denúncias.

Nenhum comentário :