sábado, 4 de junho de 2016

UFPA – Pedreira, o inodoro; Vera, a sectária

Quanto a Erick Pedreira e Vera Jacob, são candidaturas destinadas mais a marcar posição que a disputar a reitoria sob a perspectiva de um substancial crescimento eleitoral futuro. Pedreira soa a um candidato inodoro, tido e havido como uma ponta-de-lança de setores do PSDB, e mais especificamente do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho. Vera Jacob, criticada pela ausência de uma agenda mais propositiva, desponta como porta-voz dos segmentos mais sectários da universidade, flagrantemente minoritários, mas com um ativismo capaz de sugerir, para consumo externo, uma representatividade da qual não dispõem. “Essa é a turma que fecha os portões da universidade”, resume, em tom de menosprezo, uma fonte da UFPA, reportando-se ao episódio no qual, a pretexto de uma greve, as parcelas mais radicais da universidade simplesmente impediram o acesso ao campus do Guamá, transgredindo o direito constitucional de ir e vir, até então historicamente respeitado, a despeito de qualquer paralisação.

O que pode favorecer a facção representada por Vera Jacob, no mise-en-scène que sugere ao público externo uma representatividade muito além da real, é o voto ser facultativo na eleição para reitor. Como é um grupo ativo, de militância aguerrida, costuma se fazer presente de forma ruidosa. O temperamento da candidata, descrita como atrabiliária, faz dela a mais autorizada porta-voz do sectarismo, ainda que para alguns a sua candidatura acabe por eventualmente subtrair votos que poderiam ser destinados a João Weyl, embora o discurso deste não esteja contaminado pelo sectarismo dos grupos mais radicais, identificados com a candidatura de Vera Jacob. 

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