sábado, 4 de junho de 2016

UFPA – Entre o passado e o futuro, universidade elege seu novo reitor sob atmosfera de golpe coonestado



Entre o passado e o futuro, o que lhe dá a oportunidade de optar entre buscar a excelência pela via da transparência e da austeridade, ou permanecer refém do clientelismo que atrela seus avanços a um balcão de negócios escusos, a UFPA, a Universidade Federal do Pará, elege seu novo reitor, no próximo dia 29, em circunstâncias singulares. Dessa vez, para além das recorrentes denúncias de utilização da máquina administrativa pelos poderosos da hora, assim como das baixarias desfechadas por debaixo dos panos, a eleição se dá sob uma atmosfera de um golpe coonestado pela própria oposição, cuja indignação sucumbiu ao corporativismo, a pretexto de não conspurcar a autonomia universitária com a judicialização da disputa. A eleição, na qual o voto é paritário e facultativo, mobilizando um contingente de cerca de 2.500 docentes, aproximadamente 2.400 servidores técnico-administrativos e quase 40 mil alunos, entra em um clima abrasivo, embora o tiroteio das acusações e retaliações mútuas se faça intramuros, na esteira do esprit de corps acadêmico.

Assim, sepultou-se a indignação diante do ardil do ex-reitor Carlos Maneschy, que precipitou a sua sucessão, ao renunciar ao cargo, para sair candidato a prefeito de Belém, pelo PMDB - sob o patrocínio do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará -, sem abdicar do comando do processo eleitoral e favorecer a candidatura que lhe convém. Para tanto, Maneschy valeu-se de uma interpretação casuística dos dispositivos que regulam a sucessão na UFPA, sob o aval servil do Consun, o Conselho Universitário, onde detém maioria e que costuma votar não pela perspectiva dos interesses da universidade, mas mirando nas eventuais conveniências do grupo hegemônico, nele majoritário. Deflagrada extemporaneamente, a sucessão desenrola-se a toque de caixa, sem dar tempo à oposição para articular-se, restando-lhe vocalizar aquele tipo de protesto próprio de quem não está disposto a queimar as caravelas, porque na expectativa dos arranjos do day after. No mais, Maneschy mantém uma fina sintonia com Horácio Schneider, o vice transmutado em reitor, para exercer um mandato-tampão, que especula-se estar por trás da opção preferencial por Emmanuel Tourinho, o ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, o candidato chapa-branca. A atual esposa de Schneider, Iracilda Sampaio, como ele também uma respeitada pesquisadora, substituiu Tourinho na Propesp, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e é cotada para permanecer no cargo, em caso de vitória do ex-pró-reitor. De Schneider fala-se, nos bastidores, que, eleito Tourinho, teria como destino a Pró-Reitoria de Relações Internacionais.

2 comentários :

Anônimo disse...

Barata,
O único candidato que tem, de fato, propostas para a UFPA é o Prof. Emmanuel Tourinho, já
as tendo apresentado à comunidade universitária. Não nos deixemos enganar pela turba que compõe a oposição a ele.

Marcelo "Russo" Ferreira disse...

Não temos apenas um único candidato... Temos Vera Jacob, e sua candidatura representa um avançou significativa a uma candidatura em defesa de uma Universidade verdadeiramente pública e socialmente referenciada. O candidato no neo-pmdbista (caramba? Nesta conjuntura, o cara ainda entra no PMDB, com foto com Barbalho e Jucá e tudo mais????) e sua articulação de dupla-chapa é, reconheço, uma tática forte... Mas que apenas demonstra o grau de desonestidade política de sua posição atual (e que não caiu do céu) e de quem o faz representar...