UFPA – Continuidade sem continuísmo

Na perspectiva de muitos, Edson Ortiz, tanto quanto Emmanuel Tourinho, representa, ao fim e ao cabo, a continuidade sem continuísmo. A diferença abissal entre os dois, segundo avaliam essas mesmas fontes, é que o ex-pró-reitor de Administração não está comprometido com o projeto político-partidário de Carlos Maneschy, cooptado pelo senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, legenda pela qual o ex-reitor é candidato a prefeito de Belém. O que enseja o temor de que, na esteira da previsível fidelidade ao seu patrono político, Tourinho não disponha de cacife para impedir que a UFPA fique a reboque das conveniências eleitoreiras de Maneschy, cujo projeto político-partidário obviamente extrapola a disputa pela Prefeitura de Belém.

Em tese, pelo menos, eleitoralmente essa similitude provavelmente favorece Ortiz. Afinal, ele não emerge como um inimigo figadal do ideário esgrimido pela candidatura de Tourinho, mas como um candidato que foi vítima da perfídia do ex-reitor, ao qual serviu fielmente por sete anos, até ser descartado ao postular sucedê-lo no cargo. Com a vantagem adicional de exibir um temperamento afável, com um quê de bonomia, que se contrapõe ao perfil intropectivo, que sugere soberba, de Tourinho.