terça-feira, 21 de junho de 2016

UFPA – Calendário inviabiliza composições

João Weyl, cuja renúncia a favor de Ortiz é uma hipótese descartada

Fontes distintas, de matizes ideológicos diversos, reconhecem que a exiguidade do calendário eleitoral favorece Emmanoel Tourinho, o candidato chapa-branca a reitor. “Se o processo eleitoral não tivesse sido antecipado e abreviado e se desdobrasse até novembro, como inicialmente previsto, haveria tempo e espaço para eventuais composições entre candidatos de oposição, a partir de princípios”, avalia um atento observador do cenário eleitoral na UFPA. Daí emerge, fatalmente, a pergunta que não quer calar: com a campanha polarizada entre Emmanoel Tourinho e Edson Ortiz, haveria a possibilidade de renúncia para conferir maior capilaridade ao candidato da oposição melhor situado na disputa? “Nessa altura, acho muito difícil”, avalia, por exemplo, um atuante militante da campanha de João Weyl, cuja peculiaridade é expressar o posicionamento coletivo de um grupo, ideologicamente à esquerda e historicamente identificado com o PT, mas ironicamente à margem da legenda, que está comprometida com a candidatura de Tourinho, em composição com o PMDB, em costura política que envolve o senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará. Para seus críticos, a composição com o PMDB é um reflexo do fisiologismo que esfarinhou o discurso ético do PT e acabou por torna-lo cada vez mais igual aos partidos aos quais historicamente criticava. Afinal, no plano nacional o PMDB não só deu sustentação parlamentar ao impeachment da presidente petista Dilma Rousseff, na esteira do qual o PT foi apeado do poder, como foi o principal beneficiário dele, ao ver catapultado para o Palácio do Planalto o presidente interino Michel Temer. Mas não só isso, convém lembrar. O senador Jader Barbalho - avalista da candidatura a prefeito de Belém, pelo PMDB, do ex-reitor Carlos Maneschy, o mais ilustre cabo eleitoral de Tourinho – não apenas abandonou o Titanic petista, do qual foi um proeminente passageiro, como, na barganha que pavimentou o toma-lá-dá-cá, ainda conseguiu transformar em ministro da Integração Nacional seu filho e herdeiro político, Helder Barbalho, que foi ministro da Pesca e, depois, dos Portos de Dilma Rousseff. “Como se nada tivesse havido, o PT junta-se ao PMDB, para eleger Tourinho, o que é sugestivo da natureza do candidato”, desabafa um crítico ácido desse arranjo.

Mas, a despeito das críticas a candidatura de Tourinho e da suspeita de que ela esteja atrelada a um projeto político-partidário do ex-reitor Carlos Maneschy, aparentemente inexiste qualquer perspectiva de uma eventual renúncia, em benefício de Edson Ortiz, por parte de João Weyl. Como a candidatura de Weyl materializa as propostas de um grupo de técnicos-administrativos, docentes e estudantes, uma composição dessa natureza teria que ser balizada por uma espécie de carta de princípios e expressaria o desaguadouro de conversações continuadas, que jamais ocorreram, acentua uma fonte com acesso privilegiado ao ex-vice-reitor pró-tempore da Unifesspa. Embora a relação pessoal e profissional dos dois seja amistosa e de respeito mútuo, hoje uma distância abissal separa eleitoralmente Weyl de Ortiz, em decorrência das opções dos candidatos. Ortiz é identificado com uma visão conservadora sobre a universidade, enquanto Weyl é associado a uma parcela da comunidade acadêmica comprometida em debater os grandes problemas da universidade, o q1ue significa rever postulados consagrados, ou que assim o status quo pretende que sejam.

Um comentário :

Anônimo disse...

Professores, servidores e discentes da UFPA, não permitam que a família barba alho se aproprie da UFPA, transformando-a em casa de campo de suas sandices. Reajam contra todos os ladrões que desejam transformar nossa UFPA em covil sórdido de seus interesses. Fora touro pequeno...