terça-feira, 7 de junho de 2016

JARBAS – O veto da caserna

O Pará pouco ou nada auferiu com isso, mas Jarbas Passarinho foi certamente um dos mais respeitados nomes do regime militar, um prestígio que sobreviveu ao término do ciclo dos generais, ainda que não tivesse sido traduzido em conquistas para o estado no qual ele fez carreira política, embora nascido no Acre. Não fossem as idiossincrasias castrenses, e Jarbas poderia ter sucedido o general-presidente Emílio Garrastazu Médici no Palácio do Planalto, como rememora Carlos Chagas no livro “A ditadura militar e a longa noite dos generais – 1970-1985 – A história contada por jornais e jornalistas”. No livro, o jornalista relata os bastidores da sucessão do general-presidente Emílio Garrastazu Médici. E rememora o que fez naufragar a possibilidade de Jarbas Passarinho tornar-se presidente, como opção preferencial de Médici, o que permite mensurar a extensão do seu prestígio durante o regime dos generais.

“Nos bastidores, em especial castrenses, a luta começara e não terminaria. Médici não mandava tanto assim, ainda que se lhe faça justiça: não aceitou a prorrogação e nem um novo mandato”, conta Carlos Chagas. “O Alto-Comando do Exército exigia que o sucessor fosse um general de quatro estrelas. Atribui-se a Orlando Geisel a repetição do que dissera em 1969: ‘Não faço continência para coronel’, argumento que afastou de vez a hipótese Jarbas Passarinho, para quem Médici, uma vez, enrolou um papel celofane de cigarro, à maneira de um bastão, e disse que gostaria de passá-lo para ele. O então ministro da Educação, ministro do Trabalho no governo Costa e Silva, era das poucas e promissoras revelações do sistema revolucionário, mas fulminado pela hierarquia militar, como antes havia sido o general Afonso Albuquerque Lima”, acrescenta o jornalista.

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