terça-feira, 7 de junho de 2016

JARBAS – As contradições do coronel



Do prestígio político de Jarbas Passarinho no plano nacional, que perdurou até o recesso do ocaso, não há o que discutir. Mas, no que se deu também com seu arqui-inimigo paroquial, Alacid Nunes, e repete-se na atualidade com Jader Barbalho, hoje o morubixaba do PMDB no estado, esse prestigio não serviu para carrear benefícios para o Pará, embora tenha pavimentado as benesses dos quais usufruíram aqueles que estiveram em seu entorno. Durante o ciclo autoritário, por exemplo, o Palácio do Planalto privilegiou o Amazonas, em detrimento do Pará, ao mesmo tempo em que escapavam da influência de nossas lideranças os órgãos de desenvolvimento regional, como Basa, o Banco da Amazônia S/A, e Sudam, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.

Chama atenção também Jarbas, possivelmente por uma extremada soberba, potencializada pela intolerância castrense, não permitir-se jamais uma autocrítica sobre os horrores impostos pela ditadura militar, a respeito dos quais cultivou um silêncio cúmplice. Sem esquecer que no Pará os golpistas de 1º de abril de 1964 usaram e abusaram de retaliações ignominiosas, em claras vendetas políticas e pessoais, consumadas a pretexto da pretensa moralidade pública e da suposta ameaça comunista. Restou-lhe o mérito inquestionável, é verdade, da probidade pessoal, nem sempre reproduzida em alguns dos quais foi avalista e nem mesmo entre alguns daqueles que lhes eram íntimos.

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