sábado, 6 de junho de 2015

IGREJAS – A indústria da fé



O golpe da isenção tributária a igrejas incluída na surdina na Medida Provisória 668, que beneficia sobretudo as evangélicas, ressuscita a discussão em torno da indústria da fé. Um tema, diga-se, atualíssimo, diante da disseminação de igrejas evangélicas, cujas lideranças estabelecem uma relação promíscua com os eventuais inquilinos do poder, independentemente de legendas partidárias, e utilizam seus fiéis como massa de manobra, mirando prioritariamente em seus objetivos políticos.

No Pará são ícones dessa promíscua relação dos supostos pastores da fé com os circunstanciais donos do poder os deputados Josué Bengtson. e Martinho Carmona, ambos pastores da Igreja do Evangelho Quadrangular, cuja disseminação no Estado coincide com a prosperidade de ambos. Bengtson é deputado federal pelo PTB e Carmona deputado estadual pelo PMDB, mas atuam em sincronia e têm como denominador comum ostentarem parcos pudores éticos. Ambos ganharam notoriedade como parlamentares de perfil fisiológico, que buscam escancaradamente as benesses do poder, independentemente de quem quer que esteja circunstancialmente alojado neste.

Um comentário :

Anônimo disse...

Como as igrejas tecem o 'tipiti' que vai expremer o bolso dos fiéis:

1. Dízimo - Uma espécie de imposto cobrado pelo judaismo aos seus membros. Naqueles tempos bíblicos representava 10% dos ganhos, hoje foi reinterpretado como sendo 10% de quanto o fiel quer ganhar no futuro; ou seja: é uma espécie de tributo incidente sobre o desejo de melhorar de vida.

2. Ofertas - Depois do dízimo, são incessantemente solicitadas ofertas regulares para o 'mantimento da casa' citando o livro de Malaquias. Devem ser feitas sem a expectativa de abatimento ou restituição de parte do dízimo.

3. Campanhas - A modernização dos templos exige constantes obras de engenharia e aquisição de mobília, equipamentos modernos de refrigeração, de mídia eletrônica, de comunicação, de editoração, etc. Se a igreja distribui jornais, os fiéis financiam esta obra.

4. Sacrifício - Fiéis totalmente desprovidos de dinheiro são vistos vendendo bombons ou lanches na calçada da igreja, cuja renda reverte para esta finalidade.

5. Outros: Fogueira Santa; Vale de Sal; etc - que chegam a encorajar a doação do próprio imóvel que serve de resiência do fiel.

Além disso tem aqueles negócios em torno do carisma especial da igreja. Uma concentração de curas em determinada cidade pode movimentar um empreendimento de milhões de reais, pelo fluxo de caravanas de cidades próximas, deslocamento, hospedagem, alimentação, venda de objetos abençoados, etc.