segunda-feira, 8 de junho de 2015

CBF – A comprometedora troca de favores

Orlando Silva (à esq.) e Agnelos Queiroz (à dir.), com Ricardo Teixeira.

Em seu blog, o jornalista José Cruz, do UOL, faz uma reflexão sobre a promiscua relação, no Brasil, entre a cartolagem e os inquilinos do poder. “Deputados e senadores que defendem  os interesses da CBF no Parlamento, por exemplo, são recompensados com ingressos para jogos da Seleção Brasileira, com fartura, para beneficiar o eleitorado. A parlamentares mais influentes, a CBF fez doações nas campanhas eleitorais, como foi constatado na CPI da CBF Nike, 2001”, recorda, em postagem reproduzida mais abaixo e que também pode ser acessada pelo seguinte link:



As suspeitas relações do esporte com os poderes da República

José Cruz
07/06/2015 08:25

A varredura internacional nos bastidores do futebol nos remete a algumas memórias. No Brasil, políticos, autoridades de governo em geral e cartolas já tiveram relação próxima e, em muitos casos, trocas de favores, principalmente na era “Ricardo Teixeira''.
Deputados e senadores que defendem  os interesses da CBF no Parlamento, por exemplo, são recompensados com ingressos para jogos da Seleção Brasileira, com fartura, para beneficiar o eleitorado. A parlamentares mais influentes, a CBF fez doações nas campanhas eleitorais, como foi constatado na CPI da CBF Nike, 2001.  
Fora do Legislativo, a CBF pagou passagens e hospedagens para desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio, com acompanhantes, nas Copas do Mundo de 1994 e 1998.
Na Copa de 1994, um dos contemplados foi o desembargador Antônio Carlos Amorim, então presidente do Tribunal de Justiça do Rio. Segundo o relatório da CPI da CBF Nike, “Amorim foi o relator de uma queixa-crime que Ricardo Teixeira moveu contra Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo, em 1991, processo nº 1991.067.00003, que resultou num pedido de licenciamento feito à Assembléia Legislativa do Rio de janeiro, para que fosse instaurado o processo contra Braga”.

Ministros

Essa relação com Ricardo Teixeira sempre foi próxima, também, entre o ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, mantida por seu sucessor, Orlando Silva.
Até nos órgãos de fiscalização já ocorreu essa proximidade promíscua, quando o então ministro do Tribunal de Contas da União, Marcos Vinícios Vilaça, aceitou convite do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e chefiou a delegação da Seleção Brasileira num amistoso na Argentina. O TCU não fiscaliza a CBF, mas o prestígio e a influência do ex-ministro poderiam contribuir para abrir portas de interesse do então poderoso cartola, agora banido do futebol.

O esperto Agnelo

Fora do futebol, beneficiou-se o ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. Ele teve as suas despesas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, pagas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), apesar de ter recebido diárias do governo para não depender de favores, como o pagamento de carro com motorista,  telefone celular, refeições etc. Em vez de ser o fiscal dos gastos do COB, contemplado com verbas públicas, Agnelo foi privilegiado de forma escandalosa e imoral.
Diante dessa realidade, estranhamente os relatórios das CPIs da CBF Nike e do Futebol, na Câmara e no Senado, respectivamente, não evoluíram nas investigações de órgãos afins.

Passou o tempo e, agora, a corrupção no futebol  brasileiro é motivo de investigação, mas de organismos estrangeiros, como o FBI.

Um comentário :

Anônimo disse...

Não é só o pessoal do PT que se envolve coma corrupção? Ou ela já se expandiu para o restante da sociedade? Há visitantes desse Blog que pensam assim.