quarta-feira, 27 de maio de 2015

SEGURANÇA – Bandidagem à paisana e fardada

Cadáveres de vítimas da chacina de Belém, que deixou 11 mortos.
Chacina de Icoaraci, em frente ao Ipamb: execução de quatro jovens.

O secretário de Segurança, aparentemente, precisa ser apresentado ao Pará real. Assim o general Jeannot Jansen descobrirá que o sucateamento da segurança pública no Estado embute um efeito perverso e frequentemente letal para o cidadão anônimo e pobre, ainda que pontualmente possa atingir os filhos da classe média. Do sucateamento da segurança pública deriva uma promíscua relação de setores da própria polícia com a bandidagem, atando, pela mesma violência, bandidos à paisana, policiais ou não, a bandidos fardados, travestidos de PMs, como evidenciam as chaninas de Icoaraci, em 2011, e de Belém, em 2014.
A chacina de Icoaraci ocorreu na noite de 9 de novembro de 2011. Os seis adolescentes que estavam em frente ao Ipamb, o Instituto de Previdência de Belém, na rua Júlio Maria, em Icoaraci, foram executados com tiros na cabeça por dois homens que chegaram em uma motocicleta. Cinco deles morreram na hora e um a caminho do hospital.

A chacina de Belém, que deixou 11 mortos, se deu entre a noite do dia 4 de novembro de 2014, e a madrugada do dia 5, em uma matança indiscriminada, concentrada principalmente nos bairros da Terra Firme, Guamá, Jurunas e Sideral. O estopim para as execuções foi o assassinato, na noite de 4 de novembro do ano passado, do cabo da PM Antônio Marcos Figueiredo, o Pet, que comandava um grupo de extermínio. A matança chocou a opinião pública e foi corajosamente repercutida na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, pelos deputados Edmilson Rodrigues (PSol), hoje deputado federal, e Carlos Bordalo (PT), reeleito, que integraram a CPI das Milícias. Foram indiciados, por homicídio omissivo, 14 PMs, mas nenhuma devassa foi aprofundada  para apurar a conivência do alto escalão da oficialidade da Polícias Militar com o crime organizado, capaz de permitir ao cabo Pet comandar impunemente um grupo de extermínio.

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