segunda-feira, 20 de abril de 2015

VOZES DAS RUAS – A revolta dos camelódromos

“A revolta dos camelódromos: o efeito ‘Duciomar Retard.’” Assim, ironicamente, internauta define, em comentário anônimo, o drama dos camelôs, abrigados pelo poder público em espaços inadequados, e que, por isso, previsivelmente retornam às ruas, em um fiasco anunciado, tal qual se dá com o camelódromo da Pedreira, segundo a denúncia feita:

“Uma cidade sem sorte para lhe elegerem um gestor ‘medianamente honesto e competente’ para tratar das suas numerosas demandas. Um contingente de pessoas carentes ao extremo, que a cada dia aumenta com a estagnação da economia e dos serviços públicos e o aumento da imigração de despossuídos de outras regiões. Junte-se a estes outros tantos que por problemas familiares, carenciais, psicológicos e sociais não se adaptam a nenhum emprego. Temos aí o universo dos que buscam a sobrevivência e/ou um passatempo negociando alguma coisa nas calçadas, nas praças, etc.
“O macro-camelódromo da Pedreira, inaugurado com toda a pompa sucupirana por Duciomar Costa, submeteu os contemplados com uma minúscula barraquinha em um labirinto interior onde são raros os transeuntes que ousam penetrar, por razões de falta de interesse e de segurança. O resultado é que 80% dos camelôs sequer vêem a cara dos possíveis fregueses; e daí o ciclo se repete, pois todos começaram a migrar novamente para a luz do dia, nas calçadas do próprio camelódromo, sendo reprimidos pela guarda municipal.
“É claro que esse tipo de ação pública só funciona para granjear votos em quantidade. É claro que não mais de 30% daqueles camelôs têm realmente condições de manter um micro-negócio de onde possam tirar uma renda mensal. No Ver-o-Rio, por exemplo, foram poucos os assentados e o projeto deu certo, pois cada um vem desenvolvendo o seu ofício e até com melhoria no atendimento. Na Pedreira havia espaço para um projeto realista, com barracas maiores e espaço interno suficiente para a locação e funcionamento itinerante de serviços públicos (matrículas, documentos, impostos, taxas, alvarás, etc).

“E como o atual prefeito parece trabalhar na velocidade de uma ameba, é bem provável que o camelódromo ainda vá render muitas notícias pelos próximos anos.”

2 comentários :

Anônimo disse...

Camelôs nunca irão para "camelódromos", eles querem ficar nas ruas, pois é nas calçadas que há movimento de pessoas.
Não adiante construir a melhor das estruturas, que os ambulantes irão para as ruas.
Esse comércio clandestino estimula a falta de qualificação do povo brasileiro. É mais lucrativo vender produtos chineses do que trabalhar recolhendo tributos.
Isso não é só prejudicial aos cofres públicos, mas a todos. Veja as ruas do centro histórico de Belém, com os belos casarões subutilizados. O comércio clandestino nas ruas João Alfredo, Pe Eutíqui, etc, está prejudicando nossa economia, nossa cultura, nossa história e nosso turismo.
Trabalho existe para quem se dedica, mas é muito mais fácil vender no meio das calçadas DVD pirata, bebidas ou ficar reparado o carro dos outros, já que o Estado estimula essa forma clandestina de comércio.
Triste.

Anônimo disse...

Muito verdadeiro o comentário...