quinta-feira, 9 de abril de 2015

GREVE – Professores ignoram ultimato do governo

Beto Andrade (à esq., com microfone): exigindo propostas concretas.

Em assembléia geral realizada na manhã desta quinta-feira, 9, os professores da rede estadual de ensino rechaçaram enfaticamente o ultimato do governo Simão Jatene, de só retomar as negociações com o fim da greve da categoria, e decidiram manter a paralisação, deflagrada a 25 de março. Os professores rejeitam pereptoriamente a redução da carga horária, que abriria espaço para a contratação de temporários e implicaria em redução salarial; cobram a reforma das escolas; e reivindicam a implantação do PCCR unificado, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração que também inclua os servidores administrativos e operacionais; além do pagamento retroativo do piso salarial. A decisão do governo em suspender as negociações, enquanto perdurar a paralisação, foi antecipado na reunião com o comando de greve realizada quarta-feira, 8, que se arrastou por cerca de cinco horas, na Sead, a Secretaria de Estado de Administração, sem resultados práticos.
“Está absolutamente fora de cogitação a suspensão da greve, sem que o governo apresente propostas concretas”, antecipa Alberto Andrade, o Beto Andrade, secretário-geral do Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, a entidade que lidera a paralisação dos professores da rede estadual de ensino, um contingente que reúne 23 mil profissionais, 80% dos quais servidores públicos efetivos. De mais objetivo, sublinha o dirigente do Sintepp, o governo Simão Jatene adiantou, apenas, que só dispõe de recursos para a realização de reformas emergenciais nas escolas. “Ou seja, conseta-se o telhado que está prestes a desabar, renova-se a fiação elétrica que ameaça provocar um incêndio, e posterga-se a solução de outros tantos problemas, que tendem a tornar-se igualmente graves”, sublinha Beto Andrade.

Pelo calendário do Sintepp, está prevista, dentre outras coisas, a presença de professores na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, na próxima terça-feira, 14, em busca de apoio parlamentar para forçar o governo Simão Jatene a reabrir as negociações com os professores da rede estadual de ensino. Uma nova assembléia geral da categoria, prevista para sexta-feira, 17, servirá para uma avaliação sobre o encaminhamento a ser dado à greve dos professores da rede estadual de ensino.

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