domingo, 2 de novembro de 2014

FINADOS – A saudade eterna

A um ausente


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.


2 comentários :

Anônimo disse...

VIVAS AO SEMPRE ETERNO, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

Anônimo disse...

Barata, neste Dia de Finados, sentimos saudade de uma familia tão querida e tão importante para a Nação Brasileira. Essa familia faleceu há vários anos, sem ter passado, sequer, pela UTI:

A ÉTICA

O RESPEITO COM A COISA PÚBLICA

A DIGNIDADE

A PROBIDADE

Quanta saudade pelo enorme bem que essa família teria feito pela Nação Brasileira, se seus membros não tivessem falecido tão cedo.

Pêsames à Nação Brasileira, que perdeu essa importante família, que lhe deixou em luto prematuro e permanente.